Desmatamento na Amazônia Legal atinge em agosto o maior
nível desde julho de 2009
'As pessoas estão
desmatando por soja, por pecuária, por madeira e ouro', disse Izabella Teixeira
Desmatamento na
Amazônia Legal é o maior em 3 anos – Pico do desmatamento atingiu a marca de
522 km2 entre
agosto e setembro.
A seca intensa de
2012 e o aumento do garimpo e da plantação de soja impulsionado pela alta dos
preços internacionais de grãos e do ouro levaram o desmatamento da Amazônia
Legal a atingir em agosto o maior nível desde julho de 2009. Há dois meses, o
pico do desmatamento atingiu a marca de 522 km2, um aumento de 220%
em relação a agosto de 2011. Em julho de 2009, o total desmatado foi de 835 km2.
Em setembro, a área
desmatada foi diminuída para 282 km2. Os números dos dois meses
foram divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) com
base nos dados preliminares do Sistema Detecção de Desmatamento em Tempo Real
(Deter). Estas informações levam em conta tanto áreas degradadas, que incluem
queimadas e atingiram 60% do total em agosto e 37% em setembro, quantos cortes
rasos – um total de 40% em agosto e 63% no mês passado.
Esses cortes rasos
podem ser feitos de maneira legal ou ilegal, conforme disse a ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira. De acordo com Izabella, apenas de 10% a 15% das
áreas com corte raso estão legalizadas. “A origem do desmatamento ilegal foi
pressionada com o aumento do preço do ouro e da soja internacional. As pessoas
estão desmatando por soja, por pecuária, por madeira e por ouro. Temos grilagem
acontecendo”, acusou.
Segundo ela, como os
dados são preliminares, o resultado final apenas será conhecido no fim do ano.
Izabella afirmou que, mesmo considerando os pontos que podem ter sofrido apenas
com incêndio natural na floresta, o que é tratado como degradação, se não
houver coibição, essa área pode ser transformada em desmatamento em um período
de até cinco anos.
A região da Amazônia
Legal é dividida por oito Estados. O destaque do pico do desmate em agosto foi
visto no Pará, com uma área de 212,9 km2. Em setembro, porém, a área
desmatada no Estado foi de 36,8 km2, uma redução de 83%. Mato Grosso
ficou na segunda posição, com uma área de 182,8 km2 em agosto, que,
em setembro, foi reduzida em 32%, para 122,2 km2.
No bimestre
identificado, o governo fez autuações no valor de R$ 216,4 milhões. “Para vocês
verem o que está acontecendo”, disse a ministra do Meio Ambiente. No período, o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) também apreendeu tratores (32), caminhões (19), motosserras (24), armas
de fogo (11), outros veículos (20), além de 15 mil m3de madeira
serrada e em tora. “O IBAMA detona. Não importa se é ou não é do proprietário,
nós vamos destruir”, declarou. (EcoDebate)
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