‘Países pobres é destino ‘de 80% do lixo eletrônico de
nações ricas’
Depósito de lixo eletrônico na China (China é um
dos principais destinos mundiais de lixo eletrônico).
Os países em
desenvolvimento são o destino de 80% do lixo eletrônico produzido nas nações
ricas, mas carecem da infraestrutura, de tecnologias de reciclagem apropriadas
e da regulamentação legal para absorver essa vasta quantidade de detritos.
Essa é uma das
conclusões de um relatório [The global impact of e-waste: Addressing the challenge] divulgado em 18/01/13 pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT).
Segundo o documento O
Impacto Global do Lixo Eletrônico: Lidando com o Desafio, boa parte do lixo
eletrônico exportado para as nações em desenvolvimento é enviado ilegalmente, e
estes detritos acabam indo parar em plantas de reciclagem informais,
predominantemente em países como China, Índia, Gana e Nigéria.
Especificamente em
relação à América Latina, o documento afirma que a maior parte dos países da
região ”ainda precisa elaborar uma legislação para o lixo eletrônico”.
O documento afirma
que houve avanços recentes na região, como na Costa Rica, o primeiro país
latino-americano a criar uma legislação nacional específica sobre o tema.
Ônus
De acordo com o
estudo, ”as nações em desenvolvimento estão tendo de lidar com o ônus de um
problema global, sem ter a tecnologia para lidar com isso. Além disso, os
países em desenvolvimento estão eles próprios cada vez gerando maiores
quantidades de lixo eletrônico”.
O estudo afirma que
está havendo um aumento rápido na geração de lixo eletrônico doméstico
produzido na China, no Leste Europeu e na América Latina.
Um total de 40
bilhões de toneladas de lixo eletrônico é produzido anualmente. Estima-se que
70% dos produtos eletrônicos descartados e exportados todos os anos vá parar na
China e que esta proporção estaria aumentando.
Muitas vezes, esse
lixo exportado para a China é reexportado para outros países do Sudoeste
asiático, como Cambodja e Vietnã.
De um modo geral, as
exportações de pequeno porte são destinadas a países da África Ocidental. Mas o
relatório diz que essa proporção deverá crescer, devido à adoção de leis mais
duras por parte dos países do Sudeste Asiático, que costumavam absorver parte
desse comércio.
Entre os principais
problemas ligados ao lixo eletrônico, de acordo com o relatório, estão a
ausência de regulamentações para assegurar a segurança dos que lidam com esses
produtos descartados e a falta de incentivos financeiros para reciclar detritos
eletrônicos de forma responsável.
A manipulação desses
detritos traz vários riscos à saúde pela presença de materiais tóxicos.
Entre as
recomendações feitas no documento da OIT, está a adoção de legislações
apropriadas por parte dos países em desenvolvimento, a regularização do setor
informal de reciclagem e a organização de trabalhadores que lidam com detritos
eletrônicos em cooperativas. (EcoDebate)
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