Mascote da Copa do mundo de 2014
A ideia é que a
próxima copa a ser realizada no Brasil seja a primeira totalmente “verde”. O
que isto significa? Que todos as concepções e iniciativas aqui exaustivamente
discutidos sejam respeitados e inclusive que a emissão de gás carbônico seja
totalmente neutralizada num procedimento que é denominado no mercado de
“carbono zero”.
Conforme já
discutido, há um enorme potencial de disseminação didática de um conceito da
maior importância principalmente em classes sociais mais populares onde o
conhecimento desta realidade é sempre difícil ou até negligenciado.
A grande contribuição
da obra, entre várias informações preciosas garimpadas de realidades diversas
dos países considerados é de uma obviedade singela mas ao mesmo tempo de uma
importância vital.
Estamos todos no
mesmo barco, este barco se chama planeta terra e tudo que alguma das partes
interessadas ou dos navegantes do mesmo barco fizer para esta terra vai
envolver e comprometer a todos os participantes desta indescritível viagem
chamada vida e que ocorre na terra.
Fosse esta concepção
realizada por qualquer ser humano talvez não ganhasse a importância e a
dimensão de ter sido realizada por um importante e reconhecido ator do cenário
internacional. Nicholas Stern tem currículo, histórico e credibilidade para
tornar translúcida a concepção de que todos estamos vinculados na missão ou no
caminho de construir o caminho para um mundo mais sustentável.
Neste sentido não
importa se as obras decorrem de um caderno de encargos da copa que visa
garantir a qualidade de um evento de alta grandiosidade. As populações
beneficiadas vão usufruir de tudo após o término do evento e agradecem
independentemente da motivação que gerou a instalação da benfeitoria ou infraestrutura
considerada.
O legado prático da
copa podem ser obras de infraestrutura e mobilidade cuja execução é de extrema
relevância e que trarão significativa melhoria na qualidade de vida das
populações beneficiadas após o término do evento copa do mundo.
São avenidas, ruas,
metrôs, corredores expressos de transporte, obras gerais de saneamento
envolvendo resíduos sólidos, drenagem pluvial, tratamento e distribuição de
água e esgotos e mais uma série muito longa de benfeitorias que certamente
serão usufruídas por parcelas significativas da população após o término do
evento e que representam alteração relevante da qualidade de vida nos locais em
que ocorrerem.
Em nossa realidade de
pais em desenvolvimento com grandes contrastes sociais, ainda tem pouca penetração
a realização de eventos de carbono neutro, embora já existam até cartões de
crédito que se alicerçam neste conceito.
A copa do mundo ao
patrocinar eventos que se caracterizem pela neutralização de carbono, divulga e
populariza uma realidade de extrema importância, onde a sustentabilidade
transcende fatores operacionais, alcançando objetivos diretos de favorecer
aspectos ligados aos meios físico e biológico e desta forma indiretamente ao
próprio meio antrópico.
Por outro lado,
conforme já destacado, todas as obras que se fazem para melhorar infraestrutura
de saneamento, mobilidade e outras obras, permanecem e vão melhorar as
condições de vida de toda população que aqui vive, após o encerramento do
evento.
E desta forma
possibilitar que no conjunto existam grandes avanços para que a humanidade
possa atingir de uma forma mais veloz um consenso sobre a conceituação de
sustentabilidade e assim possa atingir acordos globais que ainda não foram
obtidos em encontros internacionais patrocinados pela Organização das Nações
Unidas tanto sobre questões vinculadas a aquecimento global e mudanças
climáticas, quanto em fóruns onde o escopo é a eliminação da pobreza.
Hoje existe um
consenso de que são necessários o estabelecimento de pactos sociais com ampla
participação popular. Mesmo que ainda ocorram grandes interferências geradas
por diferenças de situação econômica e aplicação sistemática de recursos, todos
convergem para a ideia de que as soluções técnicas devem se subordinar às
necessidades sociais avaliadas e expressas. E para tanto é necessário
participar e dialogar à exaustão antes de finalizar qualquer decisão.
(EcoDebate)
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