Poluição do ar eleva risco de recém-nascidos com menor peso,
indica estudo internacional
Pesquisadores
investigaram impacto da poluição do ar em mulheres grávidas
Mulheres grávidas que
residem em áreas expostas a níveis significativos de poluição atmosférica têm
mais chance de dar à luz a bebês abaixo do peso, indica um novo estudo [Maternal
Exposure to Particulate Air Pollution and Term Birth Weight: A Multi-Country
Evaluation of Effect and Heterogeneity] realizado por uma rede
internacional de cientistas.
Bebês que nascem com
menos de 2,5 kg, considerados de baixo peso, correm maior risco de morrer
porque são mais suscetíveis a desenvolverem doenças como diabetes ou
cardiopatias quando adultos, dizem os especialistas.
A pesquisa, a maior
do tipo já realizada, considerou dados de mais de 3 milhões de nascimentos em
nove países.
As conclusões indicam
que, ainda que o impacto da poluição sobre o peso de um bebê isoladamente seja
pequeno, em relação ao conjunto da população a influência é significativa.
Partículas
O estudo, divulgado
na publicação científica Environmental Health Perspectives, se concentrou nos
efeitos de dois tipos de pequenas partículas com carbono chamadas PM10 e PM2,5,
que são associadas pelos cientistas a problemas nos pulmões e no coração, além
de morte prematura.
Os pesquisadores
analisaram o impacto sobre gestantes de um aumento de dez microgramas por metro
cúbico em exposição média a partículas de poluição no decorrer da gravidez.
A conclusão foi que,
com o aumento da concentração das partículas PM10, houve um aumento na
possibilidade do recém-nascido ter peso abaixo do normal em 0,03%. No caso das
PM 2,5, menores que as PM10, foi constatado um aumento de 10% nessa
possibilidade.
As descobertas indicam
ainda que a relação entre o peso do bebê e o nível de poluição é inversamente
proporcional. Ou seja, quanto maior a poluição, menor é o peso médio do bebê.
“O que é
significativo é que todo mundo está exposto a tais níveis de poluição
atmosférica”, disse Tracey Woodruff, pesquisadora da Universidade de Los
Angeles, nos Estados Unidos, e uma das responsáveis pelo estudo.
Para Tony Fletcher,
professor de Epidemiologia Ambiental da London School of Hygiene and Tropical
Medicine, “o estudo é de excelente qualidade, e as conclusões são claras”.
“Ainda que o efeito
médio (da poluição) sobre cada bebê seja pequeno e não seja algo que deva
preocupar futuros pais, se considerarmos a população como um todo, esse pequeno
risco se multiplica por milhares de pessoas.” (EcoDebate)
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