Poluição do ar reduz expectativa de vida na Europa, aponta
relatório da Agência Europeia do Ambiente (AEA)
Doenças por
poluentes reduzem até dois anos de vida em algumas regiões. União Europeia
gasta US$ 1,3 trilhão por ano devido à poluição, diz órgão.
A poluição do ar está
reduzindo o tempo de vida das pessoas em quase dois anos em regiões da União
Europeia, afirmou a Agência Europeia do Ambiente (AEA), reforçando o argumento
de que são necessárias mais restrições sobre as emissões do bloco.
A legislação adotada
atualmente permitiu diminuir a quantidade de alguns poluentes liberados por
escapamentos e chaminés em toda a Europa, disse um relatório da AEA publicado
nesta segunda. Mas ainda existem níveis perigosos de partículas microscópicas,
conhecidas como material particulado, associadas a doenças como câncer de
pulmão e problemas cardiovasculares, segundo o texto.
Em média, a poluição
do ar reduziu o tempo de vida em toda a Europa em cerca de oito meses, segundo
o relatório. O texto também cita outra pesquisa que mostra que a redução dos
níveis de partículas na atmosfera pode aumentar a expectativa de vida em um ano
e dez meses em algumas regiões europeias.
O relatório não
especificou as regiões onde houve redução, mas disse que a Polônia e outras
áreas industriais do leste europeu têm níveis particularmente altos de poluição
ou partículas.
Londres tem a pior
qualidade do ar de qualquer capital da União Europeia e foi a única cidade
britânica a exceder os limites diários para poluentes divulgados pelo bloco,
diz o relatório.
A comissária do meio
ambiente da União Europeia, Janez Potocnik, disse que uma revisão das leis de
qualidade do ar do bloco no próximo ano precisa ampliar limites para os níveis
de poluição que se aproximem das recomendações da Organização Mundial de Saúde
(OMS) sobre níveis seguros de poluentes.
“Isso [o relatório] é
um aviso muito sério sobre a importância para a nossa qualidade de vida e
saúde”, disse Potocnik a agências internacionais.
Além do impacto sobre
a saúde, a diretora-executiva da AEA, Jacqueline McGlade, afirmou que a
poluição custa ao bloco 1 trilhão de euros (US$ 1,30 trilhão) por ano em
cuidados com saúde e impactos mais amplos sobre os ecossistemas.
“A política da União
Europeia reduziu as emissões de muitos poluentes ao longo da última década, mas
podemos ir mais longe”, disse ela.
Risco maior
O material
particulado é visto como o mais grave risco de poluição do ar na Europa. Usando
os dados mais recentes, de 2010, o relatório afirma que 21% da população urbana
do bloco foi exposta a material particulado acima do limite estabelecido pela
União Europeia.
Os poluentes vêm da
fumaça de carros, indústria e queima de combustível doméstico. Depois de passar
por reações químicas no ar, eles entram na água, no solo e na cadeia alimentar,
e podem reduzir a produção agrícola. (EcoDebate)
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