A população da atual
Alemanha (Oriental e Ocidental) era de 68,4 milhões de habitantes em 1950
(enquanto havia 52 milhões de brasileiros) e chegou ao seu pico máximo de 82,54
milhões em 2005. Portanto, teve um pequeno crescimento depois da derrota na
Segunda Guerra Mundial e iniciou uma fase de decrescimento a partir de 2005,
pois em 2010 a população alemã caiu ligeiramente para 82,3 milhões de
habitantes. A divisão de população da ONU estima, para o ano de 2050, uma
população de 84 milhões na hipótese alta, de 74,8 milhões na hipótese média e
de 66,2 milhões na hipótese baixa. Para o final do século as hipóteses são:
108,6 milhões de habitantes, na hipótese alta, de 70,4 milhões, na média, e
somente 43 milhões na hipótese baixa. Ou seja, a Alemanha pode ter uma
população em 2100 bem menor do que aquela que possuía em 1950.
A densidade
demográfica da Alemanha era de 192 habitantes por km2, em 1950,
passou para 231 hab/km2 em 2010 e deve cair para 197 hab/km2, na
projeção média para 2100.
O declínio da
população alemã decorre das baixas taxas de fecundidade total (TFT). Durante a
Segunda Guerra, o nazismo incentivou o aumento da fecundidade por meio da sigla
“KKK”: Kinder, Küche, Kirche (crianças, cozinha, igreja). Mas depois da derrota
alemã, o tamanho das famílias caiu e as mulheres já apresentavam uma média de
somente 2,2 filhos no quinquênio 1950-55. Vinte anos depois a fecundidade já
estava abaixo do nível de reposição e continuou caindo até o limite mínimo de
1,3 filhos por mulher no quinquênio 1990-95. No quinquênio 2005-10 a TFT alemã
estava em 1,4 filho por mulher. A divisão de população da ONU acredita que as
taxas de fecundidade vão voltar a aumentar até atingir o nível de reposição
(2,1 filhos por mulher) no final do atual século. Mas mesmo com as taxas de
fecundidade voltando a subir, a população vai continuar caindo, porém, pode
cair mais ou menos dependendo da recuperação do número de filhos das famílias.
O número de nascimentos caiu de 1,1 milhão em 1950 para 690 mil em 2010.
A Alemanha,
juntamente com o Japão, foi um dos países que apresentaram uma das maiores
taxas de crescimento econômico e social após 1950, aproveitando de forma
exemplar a fase propícia da estrutura etária que, em geral, fornece um bônus
demográfico, quando há investimentos corretos em educação, saúde e mercado de
trabalho. Mas também passou por um rápido processo de envelhecimento, pois a
idade mediana da população estava em 35 anos em 1950, passou para 44 anos em
2010 e deve chegar a 50 anos em 2050, um recorde histórico de baixa, pois nunca
houve tão poucos nascimentos anuais.
A Alemanha tinha uma
taxa de mortalidade infantil de 51 mortes de crianças antes de completar um ano
de idade por mil nascimentos, no quinquênio 1950-55 e conseguiu fazer um feito
histórico com a redução para 3,7 mortes para cada mil nascimentos, uma das mais
baixas do mundo. Para o quinquênio 2045-50 estima-se uma taxa de 2,5 por mil.
Esta espetacular queda da mortalidade infantil teve papel fundamental para
tornar a esperança de vida da população alemã uma das maiores do mundo. No
quinquênio 1950-55 os moradores da Alemanha viviam em média 67,5 anos e
atingiram uma esperança de vida de 79,8 anos no quinquênio 2005-10.
Segundo o relatório
Planeta Vivo de 2012, da WWF, a população alemã tinha uma pegada ecológica de
4,57 hectares globais (gha) em 2008, para uma biocapacidade de somente 1,95
gha. Isto quer dizer que o país do Portão de Brandeburgo tem um déficit
ambiental de cerca de 150%.
Neste sentido, uma
diminuição da população alemã no século XXI pode ser muito positivo para a
redução do déficit ambiental do país. Mas apenas a diminuição do número de
habitantes não resolve o problema da pegada ecológica. O país tem feito um
esforço muito grande para mudar a matriz energética para fontes limpas e
renováveis. A Alemanha, que é a base econômica da União Europeia, pode dar um
bom exemplo se conseguir liderar o caminho para uma economia de baixo carbono.
(EcoDebate)
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