O país foi criado
como entreposto comercial da Companhia das Índias Orientais por Sir Stamford
Raffles em 1819 e se tornou um colônia britânica. Durante a Segunda Guerra
Mundial foi invadido pelo Japão, mas voltou ao domínio britânico após a derrota
japonesa. Conseguiu a independência em 1959 (mesmo ano da Revolução Cubana),
mas se juntou à Malásia e só se tornou um Estado totalmente independente em
1965.
Embora nunca tenha
sido um país miserável, Singapura era bastante pobre e tinha, no quinquênio
1950-55, uma mortalidade infantil de 61 por mil, uma esperança de vida ao nascer
de 60 anos e Taxa de Fecundidade Total (TFT) de 6,6 filhos por mulher. Mas em
poucas décadas Singapura deu a volta por cima e atualmente apresenta
indicadores econômicos e sociais melhores, por exemplo, do que os dos Estados
Unidos. Segundo dados do FMI a renda per capita de Singapura (em poder de
paridade de compra – ppp), em 2012, era de 61,5 mil dólares, contra 50,2 mil
dólares dos EUA. No quinquênio 2005-10 Singapura tinha uma mortalidade infantil
de somente 1,6 por mil esperanças de vida ao nascer de 81 anos, contra números
respectivos de 6,8 por mil e 78 anos, nos Estados Unidos. Em 2012 o desemprego
estava em 2% em Singapura contra 8% nos EUA, além do primeiro ter altos
superávits comerciais e baixo endividamento. O Banco Mundial considera
Singapura como o melhor lugar no mundo para se fazer negócios, superando, desta
forma, os EUA e os países da Europa.
Singapura tem algumas
semelhanças pontuais com Cuba, pois ambos são países insulares, com populações
relativamente pequenas, foram governadas por partido único, com regimes
autoritários, tiveram forte presença do Estado e fizeram suas “revoluções” em
1959. Porém, para os ideólogos do desenvolvimentismo, o sucesso econômico e
social de Singapura é sem igual.
A população de
Singapura era de 1 milhão de habitantes em 1950, chegou a 5 milhões em 2010. A
divisão de população da ONU estima, na hipótese média, uma população de 6,1
milhões de pessoas em 2050 e 5,6 milhões em 2100. Na hipótese baixa, Singapura
teria 5,4 milhões em 2050 e 3,6 milhões em 2100. Nos últimos 50 anos a maior
parte do crescimento demográfico ocorreu devido à imigração. Em 1950, a
densidade demográfica de Singapura era de 1.496 habitantes por km2, passando
para 7.447 hab/km2, em 2010 e podendo ultrapassar 8 mil hab/km2, na
segunda metade do século XXI.
A taxa de fecundidade
total (TFT) era de 6,6 filhos por mulher no quinquênio 1950-55 e em menos de 25
anos já apresentava taxas abaixo do nível de reposição. Em 2005-10 a TFT estava
em somente 1,25 filhos por mulher. Mesmo que esta taxa suba um pouco nas
próximas décadas o crescimento populacional só será mantido com o fluxo
positivo de migrantes. O número anual de nascimentos estava em 54 mil no início
da década de 1950 e caiu para 41 mil no quinquênio 2005-10, número muito baixo
para o tamanho da população. A esperança de vida era de 60 anos em 1950, passou
para 81 anos em 2010 e deve ultrapassar 90 anos em 2100 (uma das maiores do
mundo).
Embora Singapura seja
um local altamente urbanizado, metade do seu território é coberto por vegetação
e o país tem investido no planejamento urbano, no transporte coletivo, na
agricultura urbana e em projetos verdes, como o aterro sanitário de Pulau
Semakau que é considerado um dos mais modernos do mundo.
Mas o modelo
econômico e social de Singapura, com seu alto nível de consumo – embora promova
alto padrão de vida e educação para seus habitantes – não é generalizável para
o resto do globo, pois o país possui um grande déficit ecológico. Segundo o
relatório Planeta Vivo, da WWF, a pegada ecológica per capita era de 6,1
hectares globais (gha) para uma biocapacidade de apenas 0,02 gha. Portanto,
Singapura depende da biocapacidade excedente de alguns países do mundo.
Singapura soube tirar
proveito de suas vantagens comparativas e construir um país altamente eficiente
em termos econômicos e com Índice de Gini (47,3) da distribuição de renda menor
do que a maioria dos países em desenvolvimento. Mas o estilo de vida do povo de
Singapura não é autossustentável em termos ambientais. Muitos países querem copiar
o modelo da pequena ilha asiática, mas este alto padrão de vida não é
generalizável, sendo inatingível para os mais de 7 bilhões de habitantes do
mundo. (EcoDebate)
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