A Europa se tornou
uma potência mundial depois da conquista da América e da consequente acumulação
de riqueza, que possibilitou o fortalecimento dos Estados Nacionais, movimentos
intelectuais – como o Iluminismo – e a Revolução Industrial e Energética. Mas o
chamado “Velho Continente” passou a maior parte de sua história em diferentes
guerras nacionais e territoriais entre os seus povos e com o resto do mundo.
Houve a Guerra do Peloponeso, as Guerras de Alexandre o Grande, as Guerras
Púnicas, as Cruzadas, a Guerra dos 100 anos, as Guerras Napoleônicas e as duas
Grandes Guerras Mundiais do século XX, dentre várias outras. Na segunda metade
do segundo milênio, os europeus conquistaram territórios e se espalharam e
colonizaram diversas partes do mundo. Neste período, a Europa foi fonte de
grande emigração populacional.
Mas depois da Segunda
Guerra houve o processo de descolonização e a Europa se esforçou para evitar as
guerras entre os seus principais países, caminhando rumo a construção de um
Estado de Bem Estar Social. Com exceção de guerras menores e conflitos
regionais e religiosos, o continente europeu conheceu grande prosperidade e
influência internacional na segunda metade do século XX.
Em 1992 (na
comemoração dos 500 anos da conquista da América) foi criada a União Europeia e
em 2001, no início do novo milênio, foi criada a moeda única, o Euro. Parecia
que a Europa iria manter o seu prestígio e posição na comunidade das nações.
Porém, a chamada “euroesclerose” se agravou e o continente vive atualmente o
drama de recuar no projeto de União entre os seus países. Além da perda de
competitividade econômica, o “velho continente” está ficando velho em termos de
estrutura etária e deve apresentar uma população em declínio no século XXI.
A população da Europa
era de 547,3 milhões de habitantes em 1950 e passou 738,2 milhões de habitantes
em 2010. Portanto, a Europa, mesmo recebendo migrantes, teve um crescimento
demográfico relativamente lento nos últimos 60 anos. Para 2050, mesmo com o influxo
da imigração, a estimativa é uma queda para 719,3 milhões na projeção média da
ONU, devendo cair para 674,8 milhões de habitantes em 2100. A densidade
demográfica era de 24 hab/km2, passando para 32 hab/km2,
em 2010, devendo ficar em torno de 30 hab/km2, na segunda metade do
corrente século.
A taxa de fecundidade
total (TFT) da Europa já era baixa em 1950, de 2,65 filhos por mulher. Em
1975-80 ficou abaixo do nível de reposição (1,98 filhos). Em 2010 estava em
apenas 1,53 filhos por mulher e existe a expectativa da ONU que esta taxa
cresça para próximo de 2 filhos por mulher no restante do século. Porém, a
atual crise econômica tem colocado muitas dúvidas sobre a capacidade de
retomada dos níveis de reposição da fecundidade.
O número médio de
nascimentos estava em 12,035 milhões em 1950-55, mas caiu para 7,9 milhões em
2005-10. Isto reduziu a base da pirâmide populacional e provocou o rápido
envelhecimento da população. A idade mediana era de 29,7 anos em 1950 e passou
para 40,1 anos, mostrando que a Europa é o continente mais envelhecido do
mundo. Para 2050 estima-se uma idade mediana de 46 anos.
A mortalidade
infantil e a esperança de vida estavam, em 1950-55, em 72,6 mortes para cada
mil nascimentos e 65,6 anos, respectivamente. A mortalidade infantil caiu para
6,9 por mil e a esperança de vida subiu para 75,4 anos, no quinquênio 2005-10.
Para 2100, estima-se uma mortalidade infantil e 2,6 por mil e uma esperanças de
vida de 87,4 anos.
Em termos ambientais,
a Europa possui um grande déficit ambiental. Segundo o relatório Planeta Vivo,
da WWF, a pegada ecológica per capita dos europeus era de 4,72 hectares globais
(gha), em 2008, mas possuía uma biocapacidade de 2,24 gha. A redução da
população vai ajudar a reduzir o déficit ambiental. Mas não será suficiente. A
Europa vai precisar investir na mudança da matriz energética e na construção de
um modelo de produção e consumo que seja realmente sustentável. (EcoDebate)
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