Ano entrou para a história e fatos climáticos na América do
Sul, como a maior seca no Nordeste em 50 anos, preocupam especialistas.
O ano
de 2012 foi um dos dez mais quentes de toda a história. O alerta é da
Organização Meteorológica Mundial (OMM), que publicou em 02/05/13, sua
avaliação sobre a situação climática e o avanço do aquecimento global.
Entre
os destaques está o Nordeste brasileiro, que viveu em 2012 a pior seca em meio
século. Foi uma das anomalias climáticas mais importantes do planeta no ano,
que afetou 1,1 mil municípios, um quinto de todas as cidades brasileiras. Na
América do Sul e no Brasil, a onda de calor fez as temperaturas médias ficarem
entre 1ºC e 2°C acima do normal.
Apesar
do impacto do La Niña, no início do ano, reduzindo as temperaturas em várias
partes do mundo, 2012 entra para os registros como o nono ano mais quente já
identificado pelos cientistas. Em média, registraram-se temperaturas terrestres
e da superfície dos oceanos 0,45°C acima da média de 14°C do período entre 1961
e 1990. Por 27 anos consecutivos, a média registrada tem ficado acima do
período de comparação.
Na
América do Sul, o impacto da elevação de temperaturas foi ainda maior. A onda
de calor que atingiu o Brasil foi destacada pela entidade. Já a Argentina viveu
seu ano mais quente desde 1961. O caso do Nordeste é alvo de um especial alerta
dos especialistas e, para a entidade ligada à ONU, é um exemplo da
intensificação dos fenômenos extremos no clima mundial. O auge da seca teria
sido registrado entre março e maio, com um déficit de chuva de 300 milímetros.
"Isso
teve um impacto severo sobre a população da Região Nordeste", indicou o
informe. "A seca severa afetou mais de 1,1 mil cidades, ameaçando a vida
das populações locais e seus abastecimentos de alimento", apontou.
Entre
os cientistas da entidade, a onda de calor e as anomalias são vistas com
preocupação. "Esse é um sinal alarmante", declarou o secretário-geral
da OMM, Michel Jarraud. "Tudo indica que o aquecimento continuará a
ocorrer, por causa da concentração de gases de efeito estufa", insistiu.
Além do caso brasileiro, outros destaques foram o aumento de temperatura e a
seca na Rússia, América do Norte e Norte da África.
Furacão
Sandy
Para
Jarraud, fenômenos extremos são comuns. Mas, com o aquecimento do planeta, eles
estariam ganhando dimensões inéditas. O impacto desses desastres também estaria
aumentando. Em 2012, por exemplo, os níveis dos mares estavam 20 centímetros
acima do que era registrado em 1880, o que estaria levando furacões como Sandy
a ter consequências bem mais desastrosas que há cem anos. (OESP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário