Proteger os oceanos é questão crítica para a sobrevivência humana, diz pesquisador
Os oceanos cobrem
mais de 70% da superfície terrestre, somam 97% da água do planeta, concentram
um número imenso de espécies, mantêm um grande estoque de alimentos e guardam
reservas minerais. Em reconhecimento à importância dos mares nas nossas vidas,
há cinco anos a Assembleia Geral das Nações Unidas criou o Dia Mundial dos
Oceanos, comemorado desde 2009 no dia 8 de junho.
Para o pesquisador
José Luiz Azevedo, coordenador do curso de Oceanologia da Universidade Federal
do Rio Grande (Furg), o mais antigo no país, a proteção dos oceanos é crítica
para a sobrevivência da espécie humana.
“Está muito claro que
os oceanos têm uma grande importância ecológica, econômica, política e
sociocultural. Os oceanos são um ponto crítico até para a sobrevivência da
espécie humana e de todos os seres vivos no nosso planeta. Os oceanos são
fundamentais. Eles regulam o clima, nos proporcionam alimentação. E grande
parte da população mundial vive na zona costeira. As grandes cidades do mundo
estão todas na costa, em contato direto com o oceano”, disse.
E, ao longo de
centenas de anos sofrendo com a ação humana, os oceanos já começam a dar sinais
de desgaste. No Brasil, por exemplo, a acidificação da água do mar, provocada
pelo excesso de dióxido de carbono na atmosfera (e sua absorção pelas águas),
tem provocado a morte de corais.
“Com os oceanos
ficando cada vez mais ácidos, os bancos de corais da costa brasileira têm
sofrido bastante. A comunidade oceanográfica tem observado que esses bancos
estão perdendo área. Os corais estão morrendo, eles não estão mais com aquela
taxa de crescimento que tinham”, ressaltou Azevedo.
Segundo o especialista,
nos últimos anos os oceanos passaram a receber atenção especial no mundo por
causa das mudanças climáticas e da consequente elevação do nível dos mares. No
Brasil, em especial, a pesquisa oceanográfica também recebeu um impulso com as
grandes descobertas de petróleo na camada pré-sal.
Azevedo explica que a
preocupação com licenças ambientais para empresas que atuam na costa brasileira
também aumentou nos últimos anos. Além disso, o fundo dos oceanos poderá ser a
principal fonte de areia para a construção civil nos próximos anos no país.
Como parte da
estratégia de expansão das pesquisas na costa brasileira, o governo federal
criou no final de maio o Instituto Nacional de Pesquisa Oceanografia e
Hidroviária, que reunirá quatro centros de pesquisa: Centro de Oceanografia do
Atlântico Tropical, Centro de Oceanografia do Atlântico Sul, Centro de Portos e
Hidrovias e Centro de Pesquisa Marinha em Pesca e Aquicultura. Além disso, o
governo deve comprar mais um navio oceanográfico. (EcoDebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário