XIX Assembleia Nacional da
Cáritas Brasileira discutiu temáticas relacionadas à fome e a pobreza.
Em 17/10/13 a XIX Assembleia
Nacional da Cáritas Brasileira que discutiu em Brasília (DF), temáticas
relacionadas à fome e a pobreza no Brasil e no mundo. A mesa de abertura contou
com a participação de Alan Bojanic Helbingen, da Organização das Nações Unidas
para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, e dom Mauro Morelli, bispo
emérito da Diocese de Duque de Caxias (RJ) e presidente do Conselho Estadual de
Segurança Alimentar e Nutricional e Sustentável de Minas Gerais (CONSEA/MG).
De acordo com Helbingen, hoje, 842 milhões de pessoas ainda passam fome no
mundo, ou seja, uma em cada oito. Dentre os "objetivos do milênio"
para serem atingidos até 2015 estabelecidos pela FAO, a prioridade número um é
a redução pela metade da pobreza e da fome da população com renda inferior a um
dólar por dia. "De 1990 para reduzimos a fome proporcionalmente de 19% para
12%. A América Latina reduziu de 15% para 7,9% e até 2015 deve atingir a meta.
A África Subsariana continua sendo a região com maior prevalência de
subnutrição no mundo", destacou.
Helbingen salientou ainda que a segurança alimentar da população, segundo a
FAO, é definida em quatro aspectos: disponibilidade de alimentos, acesso
econômico, utilização e estabilidade do tempo, sendo que a questão do acesso
foi destacado como fundamental para a erradicação da pobreza no mundo. "A
FAO está trabalhando com ênfase no acesso aos alimentos, pois quem tem boa
renda, tem mais chances de uma boa alimentação. É fundamental que a Igreja
ajude a conscientizar a sociedade sobre o problema e contribua na promoção de
políticas públicas e tecnologias sociais para aumentar a capacidade dos pobres
em ter acesso aos alimentos."
Dom Mauro Morelli afirmou que a falta de alimentação está diretamente
relacionada com o modelo de desenvolvimento e ressaltou que é preciso acabar
com a riqueza. "A pobreza, segundo o Evangelho, é uma sociedade onde não
existe acúmulo, que haja efetiva distribuição." Conforme o material de
subsídio da assembleia, a produção agropecuária garante alimentação para 12
bilhões de pessoas e hoje existem pouco menos de 7 bilhões de seres humanos no
planeta. O texto destaca que "há evidente desperdício e impedimento que
muitos não tenham acesso aos alimentos."
Já padre Nelito Dornelas, que representou a Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB), disse que a grande questão para a Igreja é combater a
miséria, pois ela é desumaniza. "Fome se combate com comida. Miséria se
combate com políticas públicas. A Igreja incentiva as pastorais, organismo, as
comunidades eclesiais de base e as entidades que se associem aos movimentos da
sociedade civil e aos conselhos de cidadania. Precisamos transformar a
alimentação que é um direito constituído em um direito efetivo." Dornelas
lembrou que a Cáritas não existe para administrar burocracias, ela é o
testemunho da Igreja na sociedade. "Estamos juntos para abraçar todos os desafios
que serão lançados."
Também participaram da mesa, coordenada por Anadete Gonçalves Reis,
vice-presidenta da Cáritas Brasileira, dom Flávio Giovenale, presidente da
Cáritas Brasileira, Monseñor Pierre Dumas, presidente da Cáritas do Haiti,
Francisco Hernández Rojas, coordenador regional Secretariado Latinoamericano e
Caribe de Cáritas (Selacc).
A XIX Assembleia Nacional da Rede Cáritas, que ocorreu até 20/10/13 e reuniu cerca de 250 agentes e voluntários de todo o país. (zenit.org)
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