Danos no centro
do Arquipélago das Filipinas após a passagem do Tufão Haiyan, que assola o país
com ventos médios de 235 quilômetros por hora (km/h) e rajadas de 275 km/h.
Uma tragédia social e
climática marca o início da 19ª conferência do clima da ONU: o tufão Haiyan que
varreu as Filipinas, como que reduzindo a pó um país inteiro. Pior, com cálculo
ainda estimativo de dez mil mortos.
É comum em muitas
análises da realidade contemporânea, inclusive vindo de certas esquerdas, o
menosprezo pelas mudanças climáticas em processo. Embora o mundo da ciência nos
alerte todos os dias sobre as consequências praticamente imprevisíveis de
mudanças tão brutais, embora os fatos nos evidenciem de forma trágica o que já
acontece, os responsáveis pela condução das políticas globais e dos países em
particular parecem olhar a realidade como se ela ainda fosse um delírio. Mas,
um tufão como esse nos mostra que a realidade pode ser pior que qualquer
delírio.
As ideologias são
importantes porque nos permitem ver qual lugar ocupamos na sociedade e como os
agrupamentos humanos, a partir de seus interesses, se organizam para disputar a
sociedade. Mas, quando as ideologias – senso comum, religiões e filosofias,
como estipulou Gramsci – perdem o senso do humanitário, então elas nos cegam e
se tornam obstáculos para vermos o tal “óbvio ululante” que saltita diante de
nossos olhos.
As mudanças
climáticas são e serão cada vez mais trágicas. Os mais pobres e desvalidos
pagarão às centenas, aos milhares, aos milhões, com suas próprias vidas.
Entretanto, segundo o discurso que vai da direita a certas esquerdas, não
podemos parar o progresso em função das questões ambientais.
Não há nenhum sinal
que um fato assombroso como esse ressoe em Varsóvia, onde se realiza a COP- 19.
O capitalismo climático se afunda em cada tufão.
Tudo indica o pior, mas
o pior é recusar-se a ver a realidade dos fatos. (ecodebate)
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