quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Conferência do clima e o tufão Haiyan

Danos no centro do Arquipélago das Filipinas após a passagem do Tufão Haiyan, que assola o país com ventos médios de 235 quilômetros por hora (km/h) e rajadas de 275 km/h.
Uma tragédia social e climática marca o início da 19ª conferência do clima da ONU: o tufão Haiyan que varreu as Filipinas, como que reduzindo a pó um país inteiro. Pior, com cálculo ainda estimativo de dez mil mortos.
É comum em muitas análises da realidade contemporânea, inclusive vindo de certas esquerdas, o menosprezo pelas mudanças climáticas em processo. Embora o mundo da ciência nos alerte todos os dias sobre as consequências praticamente imprevisíveis de mudanças tão brutais, embora os fatos nos evidenciem de forma trágica o que já acontece, os responsáveis pela condução das políticas globais e dos países em particular parecem olhar a realidade como se ela ainda fosse um delírio. Mas, um tufão como esse nos mostra que a realidade pode ser pior que qualquer delírio.
As ideologias são importantes porque nos permitem ver qual lugar ocupamos na sociedade e como os agrupamentos humanos, a partir de seus interesses, se organizam para disputar a sociedade. Mas, quando as ideologias – senso comum, religiões e filosofias, como estipulou Gramsci – perdem o senso do humanitário, então elas nos cegam e se tornam obstáculos para vermos o tal “óbvio ululante” que saltita diante de nossos olhos.
As mudanças climáticas são e serão cada vez mais trágicas. Os mais pobres e desvalidos pagarão às centenas, aos milhares, aos milhões, com suas próprias vidas. Entretanto, segundo o discurso que vai da direita a certas esquerdas, não podemos parar o progresso em função das questões ambientais.
Não há nenhum sinal que um fato assombroso como esse ressoe em Varsóvia, onde se realiza a COP- 19. O capitalismo climático se afunda em cada tufão.
Tudo indica o pior, mas o pior é recusar-se a ver a realidade dos fatos. (ecodebate)

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