A pirâmide
demográfica mostra a distribuição por sexo e idade de uma população e a
pirâmide populacional por nível de instrução mostra a composição educacional da
população por sexo e grupos de idade. A pirâmide educacional brasileira para as
pessoas com 15 anos ou mais de idade, com dados do censo de 2010, mostra
claramente que as coortes mais novas avançaram muito em termos educacionais em
relação às coortes mais idosas.
Nota-se que a maioria
das pessoas com idades acima de 50 anos, em 2010, tinham baixos níveis de
escolaridade, predominando o “sem instrução e fundamental incompleto”. Mesmo
assim, o grupo etário 50-54 anos estava em situação muito melhor do que o grupo
etário 70-74 anos e outros mais idosos.
A melhor situação
educacional, em 2010, encontrava-se no grupo etário 25-29 anos que apresentava
maiores níveis de escolaridade no “médio completo e superior incompleto” e no
“superior completo”, mas é no grupo 20-24 anos que estavam as menores
proporções de pessoas “sem instrução e fundamental incompleto”. Nesse grupo, a
proporção de pessoas com nível superior completo é relativamente baixa porque
muitos jovens desta idade ainda estavam nos bancos escolares das universidades.
Mas a tendência é que cada grupo etário mais jovem ultrapasse os níveis
educacionais dos grupos etários posteriores.
Isto quer dizer que o
Brasil está passando por um processo de mobilidade educacional ascendente, em
termos geracionais. Mesmo que, hipoteticamente, não haja avanços no aumento das
taxas de matricula, apenas o processo de substituição de gerações vai fazer que
os anos médios de estudo da população brasileira se elevem nos próximos anos e
décadas.
Porém, se houver
maiores investimentos em educação os ganhos podem ser muito mais expressivos.
Por exemplo, no ano 2000, apenas 4,8% da população com mais de 20 anos de idade
tinham mais de 15 anos de estudo, já em 2010 a população que declarou ter nível
de instrução superior completo representava 10,5% da população adulta. Sem
dúvida, houve avanços no Brasil, mas o país ainda está muito atrás dos níveis
educacionais alcançados por seus vizinhos do Cone Sul – Chile, Argentina e
Uruguai, assim com da Coréia do Sul que tem cerca de 70% dos jovens de 25 a 29
anos com grau superior de educação.
Outra característica
da pirâmide educacional brasileira é a reversão do hiato de gênero ao longo das
últimas décadas. Nas idades mais avançadas, embora ambos os sexos tivessem
baixos níveis educacionais, os homens estavam em situação “menos pior” do que
as mulheres. Mas nos grupos etários mais jovens as mulheres superaram os homens
nos graus “médio completo e superior incompleto” e no “superior completo”,
sendo que a “desigualdade reversa” tem aumentado.
Os desafios futuros
da educação brasileira passam pela universalização do ensino fundamental e
médio, pelo aumento das taxas de matricula nos cursos superiores, pela
diminuição das desigualdades reversas de gênero e, especialmente, pela melhoria
da qualidade do ensino, para diminuir o analfabetismo funcional em todos os
níveis educacionais. (ecodebate)
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