IBGE: aumenta participação de áreas plantadas na produção
florestal
A participação da silvicultura (extração em áreas plantadas) na produção
primária florestal passou de 72,6% para 76,9% de 2011 para 2012, o que
representa R$ 14,2 bilhões do total geral da produção florestal brasileira, que
alcançou R$ 18,4 bilhões. A extração vegetal (retirada de áreas nativas), cuja
participação caiu de 27,4% para 23,1%, somou apenas R$ 4,2 bilhões.
Os dados da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2012 (Pevs)
2012, divulgada hoje (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), mostram que essa inversão decorre diretamente do aumento da
fiscalização e de uma maior conscientização ambiental no país.
Em 1994, a silvicultura representava menos de 30% da produção florestal,
enquanto o extrativismo ultrapassava os 70%. Entre 1998 e 2002, ambos
praticamente se igualaram, mas a partir de 2003 a silvicultura acentuou a
predominância e vem se distanciando do extrativismo. Os técnicos do IBGE
ressaltaram a implementação de políticas públicas, ao longo dos anos, de
incentivo da silvicultura, de forma econômica e sustentável. “A exploração
madeireira predatória, que tantos danos causou ao meio ambiente, vem sendo
substituída por técnicas de impacto reduzido, preservando o setor madeireiro
através do uso racional e sustentável”, destaca o documento.
A adoção de um sistema de manejo florestal aliado a iniciativas
conservacionistas que procuram conter os desmatamentos constituem um fator
preponderante para preservação das matas, segundo o IBGE. “O crescimento da
silvicultura é fator preponderante na amenização do impacto causado pela
retirada de produtos madeireiros.”
Ainda no âmbito do fenômeno da inversão silvicultura-extração vegetal, a
troca da lenha de matas nativas – muito usada como combustível nas zonas rurais
para cozinhar alimentos – por lenha de reflorestamento e a substituição delas
nas indústrias que utilizam a lenha como fonte energética são exemplos de como
a atividade vem contribuindo para reduzir a pressão sobre as florestas nativas.
“Isso sem contar que o eucalipto, principal espécie plantada no Brasil, pode
ser abatido com excelente produtividade a partir do sexto ano, prazo este bem
inferior à regeneração de nossas florestas”, enfatiza a pesquisa.
Para acompanhar o desempenho dessas atividades, a pesquisa fez um
registro dos principais produtos obtidos nas florestas naturais e plantadas,
investigando em todos os municípios brasileiros, 38 itens oriundos do
extrativismo vegetal e sete, da silvicultura.
Para o IBGE, o coco do açaí, o látex, a cera de carnaúba, a fibra de
piaçava, a casca de angico, o coco de babaçu, o pequi, a castanha-do-pará e o
urucum são exemplos de produtos extraídos nas matas e florestas naturais do
País “Tais produtos ocupam relevante importância na complementação da renda ou
se configuram como a única fonte de renda das populações extrativistas em
determinadas localidades do Brasil”, informa o estudo. (noticiasagricolas)
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