País está entre os 12 mais cobiçados para se mudar em pesquisa feita com
65 e foi citado em dois terços das nacionalidades estudadas.
O Brasil é um dos
12 países mais cobiçados para se morar, segundo uma série de pesquisas feitas
em 65 nações pelo WIN - coletivo dos principais institutos de pesquisa do mundo
- e tabulada pelo Estadão Dados.
O crescimento econômico na última década, aliado à boa imagem cultural do País
no exterior, fizeram com que o Brasil fosse citado como destino dos sonhos por
moradores de dois em cada três países onde foi feito o estudo.
Brasil é o único da América Latina, o único Bric e a única nação
ocidental em desenvolvimento.
Na lista dos
destinos mais cobiçados por quem não está feliz na terra natal, o Brasil é o
único da América Latina, o único Bric (grupo formado por Brasil, Rússia, China
e Índia) e a única nação ocidental em desenvolvimento. As pesquisas foram feitas
no fim do ano passado e ouviram mais de 66 mil pessoas ao redor do globo. Elas
foram questionadas se gostariam de morar no exterior se, hipoteticamente, não
tivessem problemas como mudanças ou vistos e qual local elas escolheriam. Por
isso, os resultados dizem mais sobre a imagem dos destinos mencionados do que
com imigrantes em potencial.
Se esse desejo
virasse realidade, o Brasil receberia em torno de 78 milhões de imigrantes
nesse cenário hipotético. Mas, em um mundo sem fronteiras, a população do País
diminuiria - 94 milhões de brasileiros se mudariam para outras nações, se
pudessem. Ainda assim, 53% dos brasileiros não desejam emigrar, porcentual
acima da media mundial.
Quem mais tem
vontade de vir para o Brasil são os argentinos: 6% se mudariam para cá se
tivessem a chance. O Brasil também está entre os cinco mais cobiçados por
peruanos e mexicanos. Mas não são apenas latinos que gostariam de viver aqui.
Os portugueses acham o Brasil mais atrativo do que a Alemanha, os italianos o
preferem à França, os australianos o consideram o segundo país mais desejável,
os libaneses o colocam em posição tão alta quanto a Suíça e até no longínquo
Azerbaijão o Brasil aparece entre os quatro destinos mais sonhados, na frente
até dos Estados Unidos.
Liderança
Os EUA são,
previsivelmente, o destino mais desejado por quem quer imigrar no mundo. O
ranking segue com outros países ricos, como Canadá, Austrália e nações da
Europa ocidental. Quebram a hegemonia das grandes potências apenas Brasil,
Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos - os dois últimos, não por acaso,
países de renda alta por causa do petróleo e destino desejado principalmente
por muçulmanos. De todos esses países, o único que não tem histórico recente de
imigração considerável é justamente o Brasil.
Para Alberto
Pfeifer, professor de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo
(USP), os entrevistados possivelmente deram respostas utópicas. "Em um
mundo em que não houver barreiras, lógico que muita gente gostaria de morar na
zona sul do Rio." Ainda assim, ele defende que o crescimento econômico dos
anos 2000 foi crucial para "colocar o País no mapa da imigração".
A diplomata Liliam
Chagas de Moura estuda o chamado "soft power" brasileiro - a
capacidade de um país de exercer influência por meio de sua cultura e hábitos
políticos. "Temos uma cultura diversa e riquíssima, somos uma democracia e
somos reconhecidos em nossa política externa por ser um país pacífico",
diz, acrescentando que essas características definem a "marca Brasil"
no exterior. "Já morei em diversos países e, ao nos apresentarmos como
brasileiros, recebemos uma empatia imediata."
Foi essa empatia
que atraiu a portuguesa Sara Mendonça, de 26 anos. Ela é gerente de marcas e se
identificou com o País ao fazer intercâmbio no Rio. Há seis meses, ela se mudou
definitivamente para Campinas.
"No momento,
aqui tem muito mais oportunidades do que a Europa. Ganha-se melhor", diz
Sara, que antes morava na Espanha. Ela conta que perdeu um pouco da qualidade
de vida, mas pensa em ficar alguns anos mais. "Não penso em ficar para
sempre. Quero ficar até a situação na Europa melhorar ou a do Brasil
piorar." (OESP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário