Influência humana no aquecimento global é evidente, alerta
novo relatório do IPCC
Aumento das concentrações de dióxido de carbono, metano e
óxido nitroso na atmosfera foram substancialmente registrados desde o início da
era industrial e persistirão por séculos.
UN Chronicle
As atividades
industriais do ser humano têm sido a causa dominante das mudanças climáticas
globais desde meados do século 20 e as concentrações atmosféricas de gases de
efeito estufa, que apresentam níveis nunca antes vistos em pelo menos 800 mil
anos, vão persistir por muitos séculos. É o que afirma a versão final do
relatório apoiado pela ONU sobre mudanças climáticas lançado em 30/01/14.
O documento, que
explica as ameaças do aquecimento global, como o derretimento da cobertura de
gelo da Groenlândia e da Antártida, a elevação dos níveis dos oceanos, o aumento
de ciclones e ondas de calor, é um resumo das conclusões do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
“Limitar as
alterações climáticas vai exigir reduções substanciais de emissões de gases de
efeito estufa”, ressalta a publicação, acrescentando que mesmo que as emissões
de dióxido de carbono (CO2) parem, as consequências das alterações
climáticas vão persistir por muitos séculos.
“A influência humana
foi detectada no aquecimento da atmosfera e do oceano, em mudanças no ciclo
global da água, em reduções de neve e gelo, no aumento global do nível do mar e
em mudanças em alguns eventos climáticos extremos”, diz o relatório.
O documento ressalta
que é muito provável que mais da metade do aumento observado na temperatura
média da superfície global de 1951 a 2010 foi causado pelo aumento de gases de
efeito estufa emitido por atividades humanas. Algumas das principais emissões
de CO2, metano (CH4) e óxido nitroso (N2O)
foram feitas desde o início da era industrial, há 250 anos.
Ele observa que cada
uma das últimas três décadas tem sido sucessivamente mais quente na superfície
da Terra do que qualquer década anterior desde 1850 e mudanças climáticas
extremas têm sido notadas desde cerca de 1950, com frequentes ondas de calor na
Europa, Ásia e Austrália e aumento ou diminuição de chuvas em alguns lugares da
América do Norte e da Europa.
Nas regiões frias, o
relatório afirma que a média anual do gelo do mar Ártico diminuiu ao longo do
período de 1979 a 2012 a aproximadamente 3,5% a 4,1% por década. A temperatura
do subsolo congelado também aumentou desde o século 20.
Em partes do norte do
Alasca, a temperatura subiu 3ºC e no norte da Rússia até 2ºC. Quanto ao nível
do mar, o aumento registrado de 1901 a 2010 de 0,19 metros foi maior do que o
aumento registrado nos últimos dois milênios.
Na maioria dos
cenários estudados pelo IPCC, as mudança de temperatura da superfície global
para o final do século 21 devem ultrapassar os 1,5°C em relação a 1850-1900,
porém, podendo chegar a 2ºC.
O relatório ainda
prevê que, até o final do século, a cobertura de gelo nos polos e no hemisfério
norte vai continuar diminuindo e os níveis do mar e a temperatura aumentando.
(ecodebate)
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