Grande Extinção aconteceu mais rápido do que se pensava,
garante estudo
Fóssil do macho (D) e da fêmea (E) da cigarrinha-da-espuma,
encontrado na China
Antes mesmo do aparecimento dos dinossauros na Terra, alguma
coisa varreu quase toda a vida no planeta há mais de 250 milhões de anos e o
que quer que tenha provocado esta extinção em massa aconteceu mais rapidamente
do que se pensava, afirmam cientistas em 10/02/14.
Com base em análises de rochas da China, cientistas
afirmaram em estudo publicado no periódico Proceedings of the National Academy
of Sciences que a extinção no final do período Permiano aconteceu ao longo de
60.000 anos - ou até 48.000 anos.
Isto corresponde a um período 10 vezes mais rápido do que os
cientistas acreditavam até agora, o que representa um piscar de olhos em escala
geológica.
"Está claro que o que quer que tenha provocado a extinção
deve ter ocorrido muito rapidamente", afirmou o principal autor do estudo,
Seth Burgess, aluno de pós-graduação de Ciências da Terra no MIT (Massachusetts
Institute of Technology).
A extinção em massa acabou com 96% da vida na Terra. Existem
várias teorias sobre sua causa, sendo a principal delas uma série de erupções
vulcânicas maciças que teria liberado grandes quantidades de dióxido de carbono
na atmosfera, provocando a acidificação dos oceanos e um intenso aquecimento
global.
O último estudo se baseia em uma análise de cristais de
zircão em uma formação geológica situada em Meishan, na China.
Fósseis descobertos nessa região levaram os cientistas a
acreditar que as rochas guardam segredos do fim do período Permiano e do início
do Triássico, que foi quando dinossauros e mamíferos começaram a aparecer.
Usando as mais recentes técnicas científicas, os
pesquisadores conseguiram refinar estimativas feitas em 2011, quando eles
reportaram que a extinção em massa teria ocorrido em menos de 200.000 anos.
Um exame mais aproximado do urânio e do chumbo contidos em
amostras coletadas em mantos de cinza vulcânica sugere que as mortes de quase
toda a planta e criatura vivas na Terra poderiam ter acontecido em até 12 mil
anos.
"Nós fixamos o tempo e a duração precisas da
extinção", afirmou o co-autor do estudo, Sam Bowring, professor de
ciências da Terra e planetárias no MIT.
Ao lado de colegas do Instituto de Geologia e Paleontologia
de Nanquim, os cientistas descobriram que 10 mil anos antes da extinção, os oceanos
experimentaram uma pulsação de carbono leve, refletindo a liberação maciça de
dióxido de carbono na atmosfera.
Os oceanos teriam sofrido uma dramática acidificação e visto
as temperaturas do mar aumentarem em 10ºC ou mais, um calor que teria matado a maior
parte da vida marinha.
Burgess disse que o que quer que tenha acontecido, ocorreu
"rápido o suficiente para desestabilizar a biosfera antes que a maioria da
vida animal e vegetal tenha tido tempo para se adaptar no esforço de
sobreviver".
Agora, os cientistas analisam amostras de pedras da China e
dos Traps siberianos, na Rússia, para comparar a cronologia das erupções.
"Nós refinamos nossa abordagem e agora temos uma maior
precisão", disse Bowring. "Você pode pensar nisso como uma lenta
espiral na direção da verdade", comparou. (yahoo)
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