Estudo revela que poluição do ar intensificou ciclones de
inverno no Pacífico
A crescente poluição
do ar na China e em outros países asiáticos de rápido crescimento
intensificaram os ciclones de inverno no noroeste do Pacífico, anunciaram
cientistas em 21/01/14.
Segundo os
especialistas, os ciclones de inverno em latitudes que incluem o noroeste da
China, Coreia e Japão trouxeram ventos mais potentes e mais chuvas, como
resultado dos níveis crescentes de poluição por particulados.
As partículas de
poeira afetam a forma como a unidade se desenvolve nas nuvens e como o calor se
distribui em sistemas de tempestades, disse Yuan Wang, do prestigioso
Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
“Segundo estimativas,
a mudança significativa na intensidade das tempestades no Pacífico deve ter começado
em meados dos anos 1990”, disse Wang à AFP por e-mail.
“(Foi) quando
indústrias, usinas de energia e carros lançaram grandes quantidades de
poluentes do ar, juntamente com uma economia florescente em muitos países
asiáticos como a China”, acrescentou.
O estudo [Asian
pollution climatically modulates mid-latitude cyclones following hierarchical
modelling and observational analysis], publicado no periódico Nature
Communications, é a mais recente pesquisa sobre os perigos ambientais dos
particulados, que são, sobretudo, resíduos de fuligem derivados da queima de
combustíveis fósseis.
Segundo o estudo de
Wang, os aerossóis aceleram a formação de gotículas porque contêm um núcleo
onde o vapor d’água se condensa.
As nuvens,
influenciadas por aerossóis, carregam quatro vezes mais gotículas, provocando
um aumento de, aproximadamente, 7% nas precipitações em toda a região.
Também é provável que
os aerossóis encorajem a formação de nuvens cirrus e de “bigorna”, mais
brilhantes e de alta altitude.
Estas são nuvens que
ajudam a aquecer a superfície do mar, dando assim calor para alimentar os
ciclones. O aquecimento adicional pode ser de 11%.
Os cientistas criaram
um modelo de computador para simular o fluxo de poluição por aerossóis do leste
da Ásia para a região de formação dos ciclones, no leste da Ásia, em janeiro e
fevereiro, uma região situada ao norte da latitude 30º.
Eles descobriram uma
relação com duas décadas de dados de satélite: 1979-1988 – antes do ‘boom’ que
a economia asiática viveu, e 2002-2011, quando o crescimento deu um salto,
especialmente na China.
No período mais
recente, houve um aumento claro da intensidade de ciclones, mas nenhuma alteração
na frequência ou na localização das tempestades, disse Wang.
Em 16/01/14 um estudo
realizado por Chang-Hoi Ho, da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul,
demonstrou que China, Coreia e Japão tinham sido atingidos por ciclones mais
potentes entre 1977 e 2010, devido ao aquecimento da água no Pacífico oeste.
As duas pesquisas não
são comparáveis, disse Wang.
A primeira se
concentrou em ciclones que se formam durante o inverno em latitudes médias no
noroeste do oceano e a segunda examinou ciclones no verão e no outono, que se
formam em latitudes tropicais.
Pesquisas realizadas
sobre o efeito dos aerossóis nas nuvens resultam em descobertas altamente
variáveis. De fato, esta é considerada uma das maiores áreas de incerteza da
ciência climática. (ecodebate)
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