Represa que dará água ao Cantareira tem nível crítico;
Cabral ataca proposta
Reservatório no Rio Jaguari, na bacia do Paraíba do Sul, está com 38% da
capacidade; Cabral disse que não aceita ‘nada’ que prejudique o Rio; Alckmin
afirmou que projeto será feito em manancial estadual e beneficiará até
população fluminense.
Principal aposta de
Geraldo Alckmin (PSDB) para salvar o Sistema Cantareira, a Represa Jaguari, em
Igaratá, também apresenta níveis críticos. O reservatório no Vale do Paraíba
está em 38% de sua capacidade, o índice mais baixo em 70 anos. Diante da
proposta de transposição de águas, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB),
endureceu as críticas em 20/03/14 – o Rio Jaguari é afluente do Paraíba do Sul,
que abastece o Estado. Alckmin afirmou que a medida não vai afetar o Rio.
Projeto pode retirar água do reservatório de Igaratá para mandar para o
Cantareira e vice-versa
Seca: Represa em Igaratá também sofre com a estiagem
A construção de dutos de 15 km entre as Represas Jaguari e Atibainha, onde o nível está em 51,7%, deve ser concluída em dois anos. O presidente do Comitê de Bacias Hidrográficas do Paraíba do Sul e prefeito de Guaratinguetá, Francisco Carlos (PSDB), disse que apenas 2,5% do volume de água será levado ao Cantareira – 200 m³ de água por segundo. "O bombeamento ocorrerá apenas quando o Sistema Cantareira registrar volume abaixo de 35%", afirmou.
Além da Jaguari, a
Represa Paraibuna também registra volume baixo (41%). A Represa de Santa Branca
está em 59%. Os três reservatórios são responsáveis pelo abastecimento de 3
milhões de pessoas em 40 cidades do Vale do Paraíba e de 15 milhões no Rio,
segundo o comitê.
"Jamais
permitirei que se retire água que abastece o povo do Estado do Rio de Janeiro.
O governador Alckmin, com quem tenho excelente relação, me ligou para expor
essa ideia", afirmou Cabral, no Twitter. "Meus técnicos adiantaram
que é uma possibilidade remota, eu diria inviável, porque ela implica atrapalhar
o abastecimento da população do Rio. Isso não será tolerado", disse à TV
Globo.
Rio estadual
Em Campinas para
apresentar o projeto, Alckmin afirmou que a medida é uma decisão técnica
correta. "Nós vamos dar todas as garantias. As vazões mínimas estão
garantidas. Agora é preciso ter um aproveitamento melhor das águas",
afirmou o governador. "Todos ganham com mais reserva, o Rio, Minas e São
Paulo."
Alckmin explicou
que o projeto, avaliado em R$ 500 milhões, prevê um duto de mão dupla, que pode
retirar água do reservatório de Igaratá para mandar para o Cantareira e
vice-versa. Alckmin fez questão de enfatizar que o reservatório está em um rio
estadual.
Em entrevista à
CBN, o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, disse que
a proposta só provocaria impacto no Rio "sob condições extremas".
"Em condições normais, o impacto é insignificante." Como o rio é
estadual, Alckmin não precisa de autorização para a obra. "A decisão é de
São Paulo, mas nós teríamos de impor regras de forma a reduzir ou a eliminar os
impactos para o Rio." (OESP)
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