Para economizar água do Cantareira, empresa dará desconto em 31
municípios; investimentos não serão afetados, diz Alckmin.
Estável. Cantareira permanece com 13,4% da capacidade
A ampliação do
programa de desconto de 30% para quem reduzir o consumo de água em ao menos 20%
na Grande São Paulo vai custar até R$ 800 milhões para a Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), segundo o governador Geraldo
Alckmin (PSDB).
A extensão do
benefício de 11 para 31 cidades começou a vigorar ontem para cerca de 17
milhões de clientes da Sabesp na Região Metropolitana. Antes, a medida estava
restrita aos 8,8 milhões que recebiam água diretamente do Sistema Cantareira.
Após oito dias de queda, o nível do principal manancial paulista ficou estável
ontem, em 13,4% da capacidade.
"O valor vai
depender de até quando vai o programa de bonificação. Então, se você imaginar
que vai até o fim do ano, pode ficar em torno de R$ 800 milhões. Mas isso só
vai se saber de acordo com o período que o bônus ocorrerá", disse Alckmin,
durante vistoria a obras do Metrô, na zona sul da capital. O plano vale até
dezembro.
Segundo Alckmin, o
impacto do desconto não prejudicará necessariamente os investimentos da Sabesp.
"Você pode reduzir custeio, você tem ‘n’ formas de redução. O importante é
o estímulo para a população fazer o uso racional da água e, com isso, vamos
conseguir superar essa que é a maior estiagem dos últimos 84 anos da Região
Sudeste do Brasil."
A Sabesp informou
que ainda está "em processo de análise e revisão" do orçamento, mas
que "não haverá nenhum cancelamento de obras". "De imediato,
apenas e tão somente, será feito o alongamento de alguns cronogramas." Anteontem
o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da empresa, Rui Affonso,
disse ao portal Estadão.com.br que cortaria R$ 700 milhões das despesas
previstas para 2014 por causa da crise.
Segundo a Sabesp,
apenas 37% dos consumidores economizaram pelo menos 20% de água e conseguiram o
bônus desde o lançamento do plano, no início de fevereiro. Outros 39% reduziram
o consumo, mas não atingiram a meta, e 24% aumentaram os gastos com água no
período. Para a presidente da empresa, Dilma Pena, a adesão é afetada pela
falta de medidores de consumo individuais nos condomínios.
Contingência
O prefeito Fernando
Haddad (PT) disse ontem que as administrações da Grande São Paulo vão se reunir
com Alckmin nesta quinzena para discutir a crise de estiagem. "Acho que a
primeira providência é fazer uma grande reunião para que a Sabesp apresente seu
plano de contingência, para que nós possamos ajudar na medida das nossas
possibilidades o governo do Estado a gerenciar essa crise de água", disse
Haddad.
O comitê anticrise
que monitora o Cantareira deu 15 dias para que a Sabesp apresente um plano para
captação de água do manancial até o fim do ano. Segundo a companhia, o
"volume útil" do manancial pode se esgotar até 21 de junho. A partir
de então, a empresa terá de captar água do volume morto, abaixo do nível das
comportas. Para isso, a Sabesp está executando obras de R$ 80 milhões. (OESP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário