ANA tem preocupação com riscos ambientais de usar volume
morto do Sistema Cantareira
A falta de chuva diminuiu o volume de água do
Sistema Cantareira, que abastece São Paulo.
O superintendente de
Regulação da Agência Nacional de Águas (ANA), Rodrigo Flecha, manifestou em
10/04/14 preocupação com os riscos ambientais de se usar o volume morto do
Sistema Cantareira, pois não há conhecimento sobre os sedimentos que estão ali
depositados. Volume morto é a parte do reservatório que não é alcançada
atualmente pelas bombas.
“Nunca ninguém
investigou o volume morto do Sistema Cantareira. É algo desconhecido, porque
nunca se chegou a essa situação. Não se sabe o que está depositado ali. Tem que
ser avaliado porque é uma área com sedimentação, via metal pesado, que vai se
depositando ao longo dos anos. Não se poderá bombear a água a partir de um
determinado ponto que possa revolver o sedimento que está ali”, disse Flecha,
em audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
da Câmara dos Deputados.
O nível do manancial
chegou em 10/04/14 a 12% da capacidade total. O Cantareira é o maior
reservatório de água de São Paulo e abastece quase 9 milhões de pessoas na
região metropolitana. A situação atual é a pior desde que o sistema foi criado,
na década de 1970.
Flecha ressaltou que,
diante da gravidade da situação, não é possível abrir mão da possibilidade de
usar os cerca de 250 milhões de metros cúbicos do volume morto do Cantareira.
“Em várias situações é possível operar com volume morto, mas existem os
aspectos ambientais, e todos têm que ser levados em consideração. O Ministério
Público está nos perguntando sobre as possibilidades e os limites de explorar o
volume morto e ainda não temos essa governabilidade total sobre volume morto,
em particular o do Cantareira. É uma alternativa, mas até um determinado
limite. Tem que ser usado com prudência e parcimônia”, destacou.
Na audiência, o
superintendente da ANA apresentou o primeiro Relatório de Segurança de
Barragens desde a entrada em vigor da Lei 12.334/2010, que estabelece a
Política Nacional de Segurança de Barragens. Segundo o relatório, um grande
número de pequenas barragens, de propriedade de irrigantes ou de prefeituras de
cidades pequenas, não conta com estrutura para implementar os instrumentos
previstos na política, tais como estudos complexos e caros sobre simulação de
rompimento de barragem com a planilha de inundação e a elaboração de um plano
de rompimento de barragens a cada dois anos. (ecodebate)
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