Com 11,9%, o reservatório atingiu o pior índice da historia
em 22/04/14. Governador anuncia cobrança de multa para quem não economizar.
Vista da represa Jaguari do sistema
Cantareira
Os reservatórios de água do Sistema
Cantareira voltaram a atingir o menor índice de sua história em 22/04/14 com apenas 11,9% da sua capacidade. Nos últimos meses, o Sistema
Cantareira vem registrando sucessivos recordes de baixa.
O governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), anunciou na tarde desta segunda, durante visita a Franca, no
interior de São Paulo, que os moradores da região metropolitana abastecidos
pelo Sistema Cantareira vão ser multados se aumentarem o consumo de água. A
cobrança começará em maio.
De acordo com Alckmin, o consumidor
que gastar acima da média no próximo mês pagará conta 30% mais cara. Já para os
consumidores que conseguirem economizar 20% receberão desconto de 30%.
A possibilidade de multa foi
divulgada pelo secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do estado de São
Paulo, Mauro Arce em 17/04. Em entrevista à Rádio CBN, ele disse
que a multa deve começar a ser aplicada entre maio e junho.
A multa é planejada como forma de
incentivar a economia de água em um momento de recorde negativo no nível dos
reservatórios do Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo. O governo
do estado diz que não há racionamento e que problemas no abastecimento em alguns
bairros são resultados de manobras pontuais da Companhia de Saneamento Básico
do Estado de São Paulo (Sabesp).
Apesar de moradores de bairros da
capital paulista e de cidades da Grande São Paulo relataram falta d'água em
períodos do dia, conforme adiantou o G1 no mês de março, o governo nega a
existência de racionamento de água. Na semana passada, o governador disse que A
Sabesp informou que a falta d´água em alguns bairros da cidade são manobras
técnicas pontuais devido à utilização de água dos sistemas Guarapiranga e Alto
Tietê para abastecer áreas atendidas originalmente pelo Sistema Cantareira.
Programa de desconto e taxa extra
De acordo com o secretário Mauro
Arce, cerca de 75% dos consumidores conseguiram reduzir o consumo de água desde
o início da campanha da Sabesp, em fevereiro. Desses, cerca de metade conseguiu
se beneficiar de um bônus (desconto) de 30% por ter economizado 20% da média
mensal.
"Há 35% [dos consumidores] que
aumentaram o consumo. É para esse conjunto que nós estamos preparando um
programa novo de ônus. O que eu gostaria de resultado com esse programa de ônus
é que ninguém fosse multado e que todo mundo conseguisse não aumentar o
consumo", afirmou o secretário à Rádio CBN.
Arce esclareceu que alguns casos
poderão ser exceções. "Alguém que tem um motivo justo: um casal que não
tinha filho e teve quíntuplos. Evidentemente, a gente vai analisar caso a
caso", disse.
O consumo de estabelecimentos
comerciais também poderá ser analisado de maneira diferente pelo governo
paulista. A multa para quem gastar demais poderá ficar entre 30% e 35%.
"Estamos indo para uma linha em que o ônus ficará igual o bônus em termos
percentuais", estimou.
A base de cálculo do ônus deve
levar em conta da data da implantação do bônus, em 1° de fevereiro. Em abril, o
benefício foi expandido para 31 cidades atendidas pela Sabesp na Região
Metropolitana de São Paulo.
Relatório apontava possibilidade de
racionamento
O relatório de sustentabilidade
2013 da Sabesp informa que, "se as chuvas não retornarem a índices adequados
e, consequentemente, os níveis dos reservatórios não forem restabelecidos,
poderemos ser obrigados a tomar medidas mais drásticas, como o rodízio de
água".
Após a divulgação do relatório, o
governador não descartou a implantação de um rodízio, mas não deixou claro como
ele funcionaria ou a partir de qual nível registrado pelo Cantareira isso seria
necessário. (g1)
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