Países membros do Painel da ONU sobre a Mudança Climática
(IPCC) aprovam relatório sobre clima
Segundo o relatório
do IPCC divulgado em 31/03/14, o aumento das emissões de CO2 elevará
durante este século os riscos de conflitos, fome, enchentes e migrações.
Representantes dos
países membros do Painel da ONU sobre a Mudança Climática (IPCC) aprovaram
neste sábado um relatório com várias opções para enfrentar as emissões de gases
de efeito estufa.
Este documento do
IPCC é o resultado de seis dias de discussões em Berlim e foi publicado em
13/04/14.
Trata-se de uma
síntese de um relatório mais amplo, que constitui, por sua vez, a terceira
parte de um importante trabalho de investigação realizado por mais de 200
cientistas durante quatro anos.
A síntese a ser
publicada contém uma série de opções para limitar as emissões dos gases de
efeito estufa provenientes de combustíveis fósseis e da agricultura.
Acredita-se que o
documento considera factível limitar o aquecimento global a um máximo de 2ºC,
desde que as emissões sejam reduzidas.
Segundo um rascunho
ao qual a AFP teve acesso, a maior parte das hipóteses para obter esse objetivo
implica triplicar ou até quadruplicar a parte das energias renováveis, nuclear
ou fóssil, quando suas emissões puderem ser capturadas ou armazenadas.
Segundo o relatório
do IPCC divulgado em 31 de março, o aumento das emissões de CO2
elevará durante este século os riscos de conflitos, fome, enchentes e
migrações.
“O aumento de
temperaturas aumenta a probabilidade de impactos severos, generalizados e
irreversíveis”, em todo o mundo, alertou o informe do IPCC.
Se não se conseguir
estancar as emissões dos gases causadores do efeito estufa, o custo pode chegar
a bilhões de dólares em danos a ecossistemas e a propriedades, além da
necessidade de se criar sistemas de proteção dessas mudanças.
Os efeitos da mudança
climática já começam a ser notados e vão piorar com cada grau centígrado de
aumento da temperatura.
A fome poderá ser
especialmente severa nos países tropicais e subtropicais. A Amazônia é um dos
ecossistemas que mais poderão ser prejudicados, juntos com os polos, os
pequenos Estados insulares no Pacífico e os litorais marítimos de todos os
continentes, acrescenta o texto.
Bastante extenso, o
informe detalha os efeitos por região. Nas Américas do Sul e Central, os
desafios são a escassez de água em áreas semiáridas, as inundações em zonas
urbanas superpovoadas, a queda da produção alimentar e de sua qualidade e a
propagação de doenças transmitidas por mosquitos.
Esse novo documento,
publicado em Yokohama, em Tóquio, após cinco dias de reuniões, detalha de forma
mais extensa o alcance do problema, que se acelerou a partir do século XX.
As temperaturas vão
subir entre 0,3ºC e 4,8ºC neste século, o que se soma ao 0,7ºC calculado desde
o início da Revolução Industrial. Além disso, o nível dos mares aumentará entre
26 e 82 centímetros até 2100.
A alta das
temperaturas reduzirá o crescimento econômico mundial entre 0,2% e 2% ao ano –
calculam os cientistas. Nesse sentido, o IPCC reivindica um pacto mundial até o
final de 2015 para limitar esse aumento a até 2ºC no século atual.
Os impactos aumentam
com cada grau centígrado e podem ser desastrosos acima de 4ºC, adverte o texto.
A mudança climática
pode provocar mais conflitos regionais, devido às migrações das populações
afetadas pelas enchentes e à competição pelo monopólio de água e comida.
O relatório garante
que o aquecimento global é irreversível, mas que pode ser reduzido
drasticamente, se o ser humano controlar as emissões de CO2.
Algumas medidas que
podem ser aplicadas de imediato são “baratas e fáceis”, como reduzir o
desperdício de água, ampliar as áreas verdes nas cidades e proibir
assentamentos humanos em zonas de alto risco. (ecodebate)
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