quinta-feira, 15 de maio de 2014

Perguntas e Respostas para a crise d’água

1. Por que estamos vivendo esta crise de falta d’água?
O maior problema é o clima. Os registros meteorológicos apontam que esta é a maior seca desde que começaram a ser feitas as medições no Estado a ser, há 84 anos. Um relatório Técnico Produzido pelo Centro Tecnológico de Hidráulica e Recursos Hídricos aponta que este tipo de estiagem tão crítica só ocorre a cada 3.378 anos e que a chance de se repetir é de apenas 0,033%. Mas houve atrasos no andamento de outras obras de reservatórios que poderiam ter aliviado a pressão sobre o Cantareira.
2. O que é o volume morto?
É a água presente no fundo dos reservatórios, abaixo do nível de captação das comportas, que será bombeada a partir de 15/05/14 pelo governo. Acima do volume morto fica o útil, que é automaticamente captado pelas comportas.
3. Se consumo traz riscos à saúde?
Segundo parecer de especialistas entregue ao Ministério Público, a captação do volume morto pode trazer poluentes depositados no fundo da represa. A Sabesp diz ter autorizações ambientais e afirma que a água continuará passando por tratamento antes de chegar ao consumidor. O Departamento de água e Energia Elétrica (DAEE) também alega que essa água é a mesma já fornecida à população das regiões de Campinas e Piracicaba, no interior paulista. Segundo o órgão, ela é liberada por meio de “descargas de fundo”. A explicação foi dada pelo órgão em contrapartida às críticas.
4. Quanto será usado do volume morto?
Ao todo, a Sabesp pretende captar cerca de 183 bilhões de litros da reserva profunda, praticamente metade dos 400 bilhões do volume captável. Pelos cálculos apresentados pela companhia, a quantidade é suficiente para abastecer a Região Metropolitana de São Paulo até o fim de novembro/14, quando se espera a volta da temporada de chuvas.
5. Com o uso do volume morto, não há mais risco de racionamento?
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vem afirmando que garante, com o volume morto e a economia feita pelos cidadãos, o abastecimento sem racionamento generalizado até março de 2015.
6. O que é manobra operacional?
É uma forma de racionamento da oferta de água no período da noite. Moradores de vários bairros das zonas nortes e oeste de São Paulo têm relatado que isto está ocorrendo.
7. Como funciona o bônus?
É um desconto de 30% na conta de água de moradores de São Paulo, de 31 cidades da Região Metropolitana e de 11 do interior do Estado que conseguirem reduzir em 20% seu consumo de água.
8. Haverá multa?
O governo anunciou um ônus de 30% para os clientes da Sabesp que aumentarem o consumo de água em 20% em relação à média mensal de 2013. Depois de ser anunciada para maio, havia a expectativa de que a multa começasse a ser cobrada em junho/14, mas ainda não foi definida a data. A Procuradoria-Geral do Estado deu um parecer que a cobrança não é ilegal. Mas a proposta voltou para a avaliação da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp).
9. Pessoas que tiveram alguma justificativa para o aumento poderão recorrer da multa?
O governo tem dito que casos especiais, em que o aumento do consumo foi inevitável (por exemplo, uma família que cresceu), serão analisados individualmente. Mas o procedimento de como recorrer só deve ser informado após a definição da cobrança da multa.
10. Até quando haverá água no volume útil?
No ritmo atual de redução do volume das represas, calculasse que o volume útil pode terminar em meados de julho.
11. O que á a transferência ou interligação?
É a proposta de fazer a transposição da água do rio Paraíba do Sul, que abastece o Estado do Rio, para o Cantareira. O plano é rejeitado pelo Rio de Janeiro. (OESP)

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