Sistema Cantareira teve queda de quase 1% em menos de uma
semana
Volume
morto, que será usado a partir desse mês, aumentará em 18% o nível dos
reservatórios.
O predomínio de tempo seco no Sudeste nos primeiros dias de
maio fizeram o Sistema Cantareira registrar mais uma queda no nível dos
reservatórios. Em 06/05/14 os mananciais estão com apenas 9,8% da capacidade
total, sendo que em 01/05 o valor era de 10,5%. Esta é a pior seca na região em
mais de 80 anos e para aliviar a situação crítica, a Sabesp resolveu usar o
volume morto, que deverá aumentar em 18% o volume dos reservatórios.
A preocupação aumenta, se for comparada a queda que ocorreu
em maio do ano passado, quando o mês iniciou com uma capacidade de 62% e
terminou com 59% da capacidade máxima. Isso mostra que, nesses 31 dias de 2013
o declínio foi de 3%. Já em 2014, a queda em seis dias foi de 0,7%. A média de
chuva para esse período é de 83 mm, ainda não choveu nada na região e no ano
passado, o mês terminou com acumulado de apenas 37 mm.
As obras para a utilização do volume morto do Cantareira
começaram em 17 de março e deverão ficar prontas na segunda quinzena de maio.
Com o aumento previsto, o sistema hoje ainda não chegaria aos 30%. De acordo
com uma pesquisa feita pelo climatologista da Somar, Paulo Etchichury, o nível
dos reservatórios nesta época do ano cai cerca de 3% ao mês, por conta da queda
nos termômetros. Mas com a chegada da primavera, o consumo aumentaria
novamente.
O volume de água que estará à disposição para abastecimento
público é de 200 bilhões de litros e segundo a Sabesp isso será suficiente para
abastecer a população da Região Metropolitana de São Paulo por pelo menos
quatro meses.
Uma das explicações para a falta de chuvas durante o último
verão é um ciclo climático, chamado Oscilação Decadal do Pacífico (ODP), que
tem duração aproximada entre 20 e 30 anos. Na época em que o Sistema Cantareira
foi criado, a atmosfera passava por um ciclo climático “frio” da ODP, com um
menor volume de chuvas anuais. A partir de meados de 1970 iniciou-se a fase
“quente”, que se estendeu até o início dos anos 2000 e que contribuiu para um
período de mais chuvas. Paralelo a essas mudanças de ciclos no clima, a
população do Estado de São Paulo e o consumo de água também aumentaram. (uol)
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