Segundo a USP, que avaliou a severidade desta seca, chance
de cenário se repetir é de apenas 0,0033%.
A água é um recurso escasso para uma grande parcela da
população mundial. Uma em cada três pessoas no mundo é afetada com a falta de
recurso hídrico, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Estudo
publicado pelo Instituto Potsdam de Pesquisa de Impactos Climáticos aponta que
mudanças no Clima devem colocar mais 500 milhões de pessoas em todo o mundo em
risco de falta de água, devido à redução das chuvas e evaporação. "A
população mundial deve chegar a 9 bilhões até 2050 e isso fará com que a
demanda por água aumente muito", afirma Glauco Kimura de Freitas,
coordenador do Programa Água para a Vida, da ONG WWF.
Hoje, São Paulo vive a
pior seca pelo menos dos últimos 84 anos – desde que as chuvas começaram a ser
medidas. O índice de precipitação do verão foi muito baixo e os mananciais não
encheram o suficiente para os reservatórios terem água em abundância nas
estações mais secas do ano, o outono e o inverno.
Dos quatro reservatórios que
abastecem o município, o da Cantareira, que serve 8,1 milhões de pessoas –
zonas norte, central e partes da leste e oeste da capital –, foi o mais
atingido. O índice de pluviometria acumulado no mês de maio ficou em 10,8 mm,
apresentando a mínima histórica de 8,8 mm durante o mesmo período. O Cantareira
costumava atingir o patamar de 83,2 mm nessa época do ano. Desde o início do
ano, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tomou
várias medidas para que não faltasse água aos paulistanos. A mais recente,
realizada em menos de dois meses: disponibilizar a reserva técnica do
Cantareira, o volume abaixo do nível de captação do reservatório. Essa água
passou a ser aproveitada depois da instalação de um complexo de 17 bombas,
ampliando a oferta em 182,5 bilhões de litros. A Sabesp fez obras para poupar o
Cantareira. Transferiu água dos sistemas Alto Tietê e Guarapiranga para alguns
dos consumidores que eram abastecidos por ele. O Guarapiranga passou a servir
os bairros do Jabaquara e Brooklin, na zona sul, e Pinheiros, na oeste. Já o
Alto Tietê se encarregou da Penha, Vila Formosa, Jardim Popular e Carrão,
bairros da zona leste paulistana. Ainda foi ampliado o transporte de água da
adutora Rio Claro em mais 200 litros por segundo.
Com essas medidas, aliadas à
economia obtida pela população da Grande São Paulo, houve uma queda de 6 metros
cúbicos por segundo de retirada de água do Sistema Cantareira, de acordo com
medições recentes. Outra medida prioritária e de grande resultado foi a
implantação do bônus de 30% nas contas dos usuários que baixassem o consumo em
20% – o que reverteu em economia de recurso hídrico. Implantada em fevereiro, a
medida, inicialmente, contemplava apenas os clientes do Sistema Cantareira, mas
foi expandida para os paulistanos servidos por todos os outros sistemas, além
de beneficiar moradores de 31 municípios da Grande São Paulo, e 12 cidades das
regiões de Bragança Paulista e a área metropolitana de Campinas.
A adesão à
economia pulou de 76% em março para 81% em abril. (cliptvnews)
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