Dados da Sabesp comprovam que 90% da população já aderiu à
economia de água.
São Paulo tem 40 mil prédios residenciais e comerciais
espalhados pela cidade: desperdício em edifícios é maior.
Há uma
parcela da população que está ignorando a escassez de chuvas nos mananciais que
abastecem a cidade de São Paulo. É o paulistano com alto poder aquisitivo, que
vive em grandes condomínios e conta com uma boa infraestrutura de lazer, com
saunas, ofurô e piscinas. Pesquisa sobre o consumo dos moradores, feita pela
Sabesp, mostra que no mês passado 10% da população não economizou água - e
ainda aumentou o consumo.
“É muito
difícil convencer o condômino que tem muito dinheiro no bolso a economizar
água, pois é um recurso diretamente ligado ao conceito de conforto",
afirma Roberto Piernikarz, diretor da BBZ, administradora de condomínios. Além
das áreas de lazer, esses apartamentos possuem equipamentos que possibilitam
alta pressão nas torneiras e chuveiros. Os moradores estão acostumados com
abundância de água saindo do cano. "Eles não sabem nem quanto
gastam", diz Piernikarz.
De acordo
com a Organização das Nações Unidas (ONU), uma pessoa deveria gastar em média
110 litros de água por dia. A Sabesp trabalha com uma média de até 150 litros
diários. Segundo a orientação, uma família paulistana com 4 pessoas poderia
gastar até 18 mil litros de água por mês. “Nos Jardins, bairro de classe média
alta, há casos de condôminos que moram em apartamentos de 200 m2,
que gastam 72 mil litros por mês. Os síndicos destes condomínios deveriam
intensificar o trabalho de conscientização.”
Muitos
tentam diminuir o consumo, orientando os empregados a mudar hábitos diários.
“Diminuimos até a quantidade diária para as plantas. Hoje estamos regando o
jardim apenas uma vez por semana. Também trocamos o esguicho pela vassoura na
hora de limpar as áreas externas”, diz Genilsa Andrade, gerente predial de um
condomínio de luxo, no bairro dos Jardins. “Mas mudar os costumes dos moradores
é muito mais complicado.”
Outro ponto
é que muitas construções não passaram por uma modernização dos sistemas. Np
prédio onde Genilsa trabalha, uma grande caldeira a diesel aquece toda a água
do edifício. “O problema é que o sistema é velho, e recebe em algum ponto água
fria, o que faz com que demore muito mais para esquentar.” Com isso, aumenta o
desperdício de água em chuveiros e torneiras. Os condôminos concordaram em
mudar o mecanismo. Não se importam em colocar a mão no bolso. Mas não acham
justo abrir mão do conforto, e são refratários a alterar hábitos. Banhos
longoae desperdícios de água nas áreas de lazer são alguns deles. “E isso dá
para ver na conta de água do condomínio, que não baixou”, afirma a gerente.
(OESP)
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