As águas superficiais são representadas pelas drenagens e
rios que coletam as águas pluviais, originadas pelas chuvas, também denominadas
águas freáticas.
Em hidrologia, a ciência que estuda as águas superficiais, é
bem conhecida a equação denominada balanço hídrico. Esta contabilidade
representa a quantidade de chuva de uma determinada região, que representa a
disponibilidade hídrica, subtraída das águas que sofrem infiltração nos solos
e/ou evapotranspiração.
As águas que sofrem escoamento superficial, denominado “run
off” representam as reservas hídricas superficiais disponíveis. As águas
superficiais das bacias e sub-bacias hidrográficas, atualmente são gerenciadas
pelos comitês de bacias hidrográficas e se destinam prioritariamente às
necessidades do consumo humano, servindo para finalidades agrícolas e
industriais posteriormente.
Conforme as características físicas dos solos e rochas
subjacentes da bacia hidrográfica considerada, temos a interação entre os rios
e os lençóis freáticos ou subterrâneos adjacentes. Considerando principalmente
a variável permeabilidade, que é a capacidade das águas de migrarem em um
determinado meio e medida em cm/s, temos os regimes fluviais.
Em geral, na estação quente as águas migram dos rios para o
interior dos solos e das rochas, caracterizando o regime influente. Dependendo
das demais variáveis, evidentemente.
Nas estações de alta pluviosidade, as águas tendem a
realimentar os rios a partir dos solos e rochas, constituindo o denominado
regime efluente.
Este fenômeno comprova mais uma vez a complexidade e a
inter-relação de todas as variáveis dos meios físico, biológico e antrópico,
pois a água com suas características de solvente universal, é o grande promotor
das disseminações da poluição, através de ocorrências conhecidas como plumas de
contaminação.
As águas subterrâneas são aquelas que são armazenadas no
interior dos maciços rochosos. Podem passar pelo estágio freático ou serem
dirigidas diretamente para o interior das rochas.
As rochas que armazenam as águas subterrâneas são conhecidas
como aquíferos e as rochas que deixam fugir as águas subterrâneas denominam-se
aquífugos.
Existem 2 tipos de aquíferos principais entre as rochas: os
aquíferos denominados primários ou por poros e os secundários ou por fraturas e
diáclases.
A melhor expressão dos aquíferos primários são as rochas
sedimentares psamíticas, os arenitos e conglomerados. Para os leigos arenitos
também são conhecidos como “lage de grês”. Estas rochas chegam a exibir até 40%
de porosidade e armazenam grande quantidade de água, que percola livremente na
rocha, produzindo poços tubulares profundos com grande capacidade de vazão.
Aquíferos secundários ou por fraturas, ocorrem em todo tipo
de rocha, tem menor capacidade de armazenamento e consequentemente geram poços
tubulares profundos com menor produção de água.
As águas subterrâneas por definição são aquelas que estão
armazenadas em rochas, e originalmente são geradas pelas fontes pluviométricas,
mas frequentemente sofrem influência de outras águas:
Águas conatas: são as águas que ficam armazenadas com os sedimentos
desde a sua deposição e acumulação, após os processos diagênicos e ficam no
interior das rochas sedimentares, como resultado da diagênese exibem frequente
contaminação com sais ou outros elementos químicos e podem tirar a potabilidade
das águas subterrâneas;
Águas juvenis: representam os fluidos que sobram das
cristalizações dos magmas, seja em condições plutônicas ou em condições
vulcânicas e por isso são águas ricas em metais e outros componentes
magmáticos, principalmente aqueles que não conseguem entrar nos minerais em
formação, tanto por tamanho grande como pequeno do raio iônico, que impede as
substituições diadóxicas, como por eletronegatividade ou outra característica
química que imponha restrição.
As águas subterrâneas que sofrem contaminação com águas
conatas, frequentemente são salobras e apresentam dureza (quantidade de sais e
carbonatos) elevada, apresentando problemas para utilização em caldeiras.
As águas subterrâneas contaminadas por águas juvenis
originam as denominadas águas minerais, de diversas naturezas, como
fluoretadas, bicarbonatadas, etc.
Para muitas pessoas, com o decorrer do tempo reduz-se a
capacidade de filtração do sangue pelos rins e podem ser desenvolvidos cálculos
ou pedras renais. No organismo de alguns, a composição química da água
mineralizada pode ser um dos motivos. Para outros, são segregações cálcicas,
geradas pelo consumo de leite e derivados.
Por isso, atualmente, é muito incentivado o consumo de águas
minerais ditas “leves” ou com baixo teor de constituintes mineralizantes, que
podem ser maléficos em quantidade inapropriada para consumo humano ou para
certos tipos de organismos ou condições devidas à idade cronológica.
(ecodebate)
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