ONS: El Niño deve viabilizar chuvas no Sul no período seco
De acordo com o diretor-geral, negociações devem garantir
execuções de medidas operativas.
Apesar
de uma diminuição no risco de déficit de energia, o Operador Nacional do
Sistema Elétrico não vai propor o desligamento de nenhuma usina térmica na
reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico na próxima semana. Hermes
Chipp, diretor-geral do ONS, quer que a chuva da região Sul se viabilize,
provocada pelo fenômeno El Nino. Essas chuvas devem ocorrer entre agosto e
setembro, segundo os meteorologistas. "Embora tenha reduzido o CMO e o
PLD, não é o momento para se desligar térmicas", explica Chipp,
que esteve presente em 03/06/14 no Seminário de Gás
Natural, no Rio de Janeiro (RJ). Um desligamento das térmicas até o final do
ano dependeria das condições de armazenamento ao término do período seco.
Segundo ele, pode ser que chova no sudeste na média.
Chipp
também defende que haja um entendimento entre os entes envolvidos para que ONS
possa tomar as medidas operativas adicionais necessárias para preservar no
período seco os estoques dos reservatórios de cabeceiras das principais bacias
hidrográficas, como as do São Francisco e Grande Parnaíba. "Estamos
buscando superar as restrições hidráulicas e ambientais que tem nas usinas que
impedem o armazenamento nas cabeceiras, como o armazenamento mínimo em
Mascarenhas de Moraes e a defluência mínima em Três Marias, além de problemas
ambientais e abastecimento de água em algumas cidades", aponta. Segundo
ele, apesar dessas questões serem importantes, eles devem ser resolvidos
localmente e não pelo setor elétrico.
"Um
abastecimento de água local pode ser resolvido com serviço de captação de água
e não pode criar complicações para um abastecimento nacional", explica.
Municípios de Minas Gerais entraram na justiça para garantir que não se
alterasse os níveis dos reservatórios da usina de Mascarenhas de Moraes. Para o
diretor do ONS, essas ações devem ser articulados entre ministérios, agências e
órgãos de licenciamento. "Temos conseguido resolver. Falta uma pequena
parte que Furnas está atuando para resolver", observa. Ele dá como exemplo
a usina de Furnas, que com as atuais previsões de hidrologia, deve chegar ao
fim do período seco com nível de 8% de armazenamento. Caso seja adotada uma medida
de flexibilização operativa em Mascarenhas de Moraes, ela chega a quase 20%.
Chipp
ainda revelou que acredita que no próximo leilão A-5 sejam vendidas térmicas a
gás. Ele se queixou ainda que no leilão A-3 não haverá térmicas convencionais e
que é necessário um trabalho para se diminuir os entraves para a viabilização
dessas usinas térmicas, como o índice de custo e benefício e a inflexibilidade.
"O operador quer mais térmicas, porque o sistema está perdendo
regularização. Isso tem que ser trabalhado para que aconteça”, conclui. (canalenergia)
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