Grande expedição vai estudar poluição plástica no
Mediterrâneo
Primeiro dia de
visitas do público ao veleiro ‘Tara’, em Toulon, no sul da França.
A veleiro francês
Tara retornou em 28/05/14 ao mar Mediterrâneo para uma longa missão de
avaliação sobre a presença de resíduos plásticos nas águas e o impacto dos
dejetos nos ecossistemas marinhos. O barco, que partiu de Toulon, vai realizar
escalas em 13 países, ao longo de sete meses.
A missão vai
investigar os efeitos de uma pressão demográfica cada vez maior nos países
banhados pelo Mediterrâneo, com o aumento da poluição, principalmente plástica.
Os barcos Pacífico e Ártico já haviam recolhido informações e amostras para a
pesquisa em 2011 e 2013.
A viagem do Tara vai
começar pela Sardenha (Itália) e segue para Durres (Albânia), as ilhas gregas,
Beirute (Líbano), Haifa e Tel Aviv (Israel), Valete (Malta), Bizerta (Tunísia),
Alger (Argélia), Marselha (França), Nápoles e Gênova (Itália), Perpignan
(França), Barcelona (Espanha), Tanger (Marrocos) e Faro (Portugal), até
retornar para Lorient, no noroeste da França. O fim da missão está previsto
para 7 de dezembro.
“Atualmente, 450
milhões de pessoas vivem em torno desta bacia, um número que dobrou em 30
anos”, destacou Romain Troublé, durante uma coletiva de imprensa nesta terça em
Paris, para apresentar a expedição.
O Mediterrâneo, que
representa menos de 1% da superfície de oceanos do planeta, é uma imensa
reserva de biodiversidade (8% das espécies). Cerca de 90% da poluição que o mar
recebe vem da terra.
Conhecer melhor os
impactos
Gaby Gorsky, diretor
científico da expedição Tara, disse que apesar da acumulação crescente de
resíduos plásticos na natureza, “conhecemos muito pouco do que está acontecendo
com os plásticos e o impacto deles nos ecossistemas”. “Vamos avaliar os
fragmentos de plástico que flutuam, que têm de 0,3 a 50 milímetros, e os
poluentes orgânicos associados a eles”, explicou. Esse diâmetro é o resultado
de vários anos de decomposição do material no mar.
O passo seguinte será
analisar os ecossistemas que se formam sobre o lixo – bactérias, protozoários,
micro-algas e moluscos, entre outros. Por fim, os cientistas vão estudar a
interação dos ecossistemas do plâncton com os fragmentos de plásticos. Uma
pesquisa realizada em 2009 indicou que havia cerca de 250 bilhões de fragmentos
do material no Mediterrâneo.
A expedição Tara
conta com a colaboração interdisciplinar de pesquisadores franceses, italianos,
alemães e americanos. Um dos objetivos também é, em cada parada do barco,
conscientizar as populações locais sobre os riscos da poluição. (ecodebate)
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