Brasil: país sem educação, sem saúde, sem transporte, mas da
Copa do Mundo e dos estádios
Todo radical em algum
momento perde a razão. Não vamos nos perder em nossa causa. A luta continua em
prol de um país mais justo, mais democrático, menos corrupto e, principalmente,
mais solidário.
Mas vamos separar o
joio do trigo.
Felipão, Neymar Jr.,
Júlio César e os demais não têm culpa que nossos políticos roubam, enganam,
desviam verbas públicas e, depois, na cara dura veem à televisão e dão o seu
recado como se a população toda fosse acéfala.
Muito pelo contrário!
Nós não compactuamos
com isso, não fazemos parte dessa população desinformada e apática facilmente
manipulável pelos que detêm o poder e, por isso mesmo, concordamos e apoiamos
todas as vaias públicas ao seu desserviço ao nosso país.
Contudo, quem nunca
ouviu falar que se parou uma guerra para ver os Jogos Olímpicos?
Um povo em guerra
fez-se o cessar fogo para receber o Pelé?
Então, nada mais isso
é o que está acontecendo.
Ninguém está vestindo
verde e amarelo, pois está feliz com os rumos de nosso país. Estamos vestindo
verde e amarelo por uma nação carente que vê em seus ídolos do futebol uma
possibilidade de ascensão real, justa e honesta.
Parênteses: pois
infelizmente, neste país, quem estuda também não ascende socialmente. Não
enriquece e, no máximo, faz parte de uma classe média que duramente consegue
pagar suas contas e, para realizar suas pesquisas, precisa de apoio financeiro
internacional.
Fato este facilmente
comprovado pelo espaço dado ao neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis,
responsável pela investigação científica do projeto “Andar de novo”, juntamente
com mais de 156 pesquisadores de vários países que integram o consórcio e que
não tiveram nem 30 segundos de espaço para demonstrar um experimento histórico.
Mas isto é assunto para outro ‘post’ e sobre a FIFA.
Então, o que esperar…
O povo veste verde e
amarelo pela seleção, por nossos jogadores e pelo espetáculo mundial.
A seleção italiana,
holandesa, espanhola não tem culpa alguma sobre o que os nossos políticos
fazem.
Eles estão aqui para
realizarem bem o seu trabalho que é jogar futebol e encantar o mundo.
Não trazer a Copa do
Mundo para cá deveria ser motivo de revolta já na candidatura e não com o
estrago feito, com os estádios prontos e as delegações chegando. Ninguém tem
culpa por nossos erros e as mazelas de nosso país.
Agora, o máximo que
podemos fazer é dar uma trégua (período dos jogos), nos mobilizar em prol de
eleições mais justas e do voto consciente no final do ano. Lutando contra a
difícil missão de não deixar a população carente votar por um par de sapatos,
uma cesta básica ou um beijo no rosto de criança carente. Este sim é nosso
papel, pois eles merecem mais do que isso.
Hoje, com todas as
delegações aqui, só podemos mostrar que, apesar de nossos políticos, não somos
um bando de vândalos e nem nos igualamos a eles nos roubos. Crimes do colarinho
branco não deixam de serem roubo e caso de polícia contra bandido e ladrão.
No mais, só muda um
país, quem o ama além de seus próprios interesses. Quem sabe amar e respeitar ao
próximo com a si mesmo. Quem sabe discernir o joio do trigo. E, principalmente,
quem sabe esperar o momento certo de agir. Nunca ninguém ganhou uma guerra com radicalismo insano.
(ecodebate)
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