Sistema Cantareira cai para 8,2% e atinge o menor índice da
história
Cantareira tem reservatório mais baixo desde a captação do
volume morto.
Sabesp diz que adotou medidas para amenizar a crise hídrica
no estado.
Apesar da captação de água da
reserva técnica das represas Jaguari-Jacareí e Atibainha a partir de maio deste
ano, o Sistema Cantareira atingiu o índice de 8,2% em 20/09/14, o mais
baixo da história desde o início da capacitação do volume morto, segundo medição
da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Em 19/09
o índice da represa estava em 8,4%.
A Sabesp considera o nível do
Sistema Cantareira pelo volume útil mais a reserva técnica (volume morto) das
represas Jaguari/Jacareí e Atibainha. O Cantareira abastece, atualmente, cerca
de 6,5 milhões de pessoas só na Grande São Paulo.
No dia 16/05 com o início da captação
do volume morto, o nível do sistema Cantareira também estava em 8,2% e subiu
para 26,7%, com a adição de 18,5% de água da reserva técnica.
A Sabesp admite que a situação é
crítica por causa da falta de chuva, mas diz que tem adotado medidas para o
problema, como interligação dos sistemas, redução de perdas na distribuição,
uso do volume morto e bonificação aos moradores que economizarem água.
De acordo com a companhia, a queda
dos reservatórios que atendem a Região Metropolitana é resultado da falta de
chuva no último verão, o mais seco dos últimos 84 anos, época em que começaram
as medições, e as temperaturas que permaneceram altas mesmo durante o inverno.
Em 19/05 a Agência Nacional de
Águas (ANA) propôs o fim do grupo técnico formado por órgãos reguladores para
auxiliar o governo paulista em sua gestão do Sistema Cantareira. Em ofício, a
ANA também comunicou sua saída do grupo por discordar da postura da Secretaria
Estadual de Recursos Hídricos sobre os limites adotados para captação de água e
abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo.
O Grupo Técnico de Assessoramento
para a Gestão do Sistema Cantareira (GTAG-Cantareira) foi criado em fevereiro
para discutir alternativas à crise hídrica que causou queda no nível dos
reservatórios.
Falta d'água em SP, seca afeta abastecimento
Decisão ANA
Em 18/09/14 a agência já
havia divulgado alerta sobre a demora do governo em convocar nova reunião
do GTAG para concluir a análise da proposta apresentada em reunião em 21/08, e
acordada pessoalmente entre Arce e Andreu, de reduzir as vazões de captação.
Desde o fim do mês passado, o G1
tem solicitado informações sobre as discussões da reunião do grupo, mas os
detalhes não foram informados pela Secretaria de Recursos Hídricos e o
Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE)
O departamento informou, em nota,
que não comentará a saída da ANA e a proposta de encerramento do grupo porque
cabe à Secretaria de Recursos Hídricos falar sobre questões relacionadas ao
GTAG.
Redução na captação
A ANA propôs, em reunião do GTAG em
21/08, redução da retirada de para 18,1 m3 por segundo de água do
Cantareira a partir de 1º de outubro e para 17,1 m3 por segundo a
partir de 1º de novembro.
Segundo a agência, o governo
afirmou que a diminuição nas captações estaria sendo compensada por
transferências de vazões em outros sistemas operados pela Sabesp. A indefinição,
de acordo com a ANA, dificulta o ajuste necessário entre as disponibilidades e
demandas por água nas regiões atendidas pelo Cantareira.
Discussões
O GTAG foi criado em 12/02 com a objetivo de assessorar a administração do armazenamento de água do Sistema Cantareira no período de crise hídrica. Além de ANA e DAEE, também fazem parte do GTAG representantes da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Comitê PCJ) e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (CBH-AT).
O GTAG foi criado em 12/02 com a objetivo de assessorar a administração do armazenamento de água do Sistema Cantareira no período de crise hídrica. Além de ANA e DAEE, também fazem parte do GTAG representantes da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Comitê PCJ) e do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (CBH-AT).
As reuniões do GTAG, presenciais ou
à distância, foram realizadas a partir de convite encaminhado pelo DAEE,
designado secretaria do Grupo, e na sequência foram expedidos comunicados disponibilizados
nos sites das instituições integrantes do grupo.
A Sabesp defende que a queda dos
reservatórios que atendem a Região Metropolitana de São Paulo é resultado da
falta de chuva no último verão, o mais seco dos últimos 84 anos, época em que
começaram as medições, e as temperaturas que permaneceram altas mesmo durante o
inverno.
Entre as medidas adotadas para
reduzir o consumo e a sobrecarga no Cantareira está o programa de bônus de 30%
na conta para os moradores que economizarem pelo menos 20% de água na Região
Metropolitana de São Paulo, Campinas e Bragança Paulista.
Desde maio, a Sabesp conta com
182,5 bilhões de litros de água da reserva técnica, o volume morto, das
represas Jaguari/Jacareí e Atibainha, que compõem o Sistema Cantareira. Mesmo assim,
os reservatórios seguem em queda.
A companhia também já pediu mais
106 bilhões de litros de água, que serão usados “apenas se for necessário”,
segundo nota. Os órgãos reguladores deram aval para a obra de implantação das
bombas, mas a captação ainda não foi autorizada.
A Sabesp disse, em nota, que tem
tomado medidas importantes para garantir o abastecimento na região
metropolitana e aposta na retomada da chuva a partir de setembro. “Se tudo
ocorrer dentro da normalidade, os níveis dos reservatórios deverão ser
recompostos como ocorre anualmente durante esse período”, consta no comunicado.
Represa Jaguari-Jacareí, do Sistema Cantareira, em Vargem, em abril.
(g1)
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