Primavera começou, mas não deve resolver crise da água,
dizem especialistas
Mesmo
com o aumento das chuvas, nível dos reservatórios vai continuar a cair.
A primavera começou em 22/09/14 às
23h29. Junto com a estação vem a esperança de que as chuvas possam resolver a
situação dos reservatórios que abastecem a capital e a região metropolitana de
São Paulo. De acordo com especialistas ouvidos pelo R7, o novo período
meteorológico contará com chuvas dentro da média esperada, mas não suficientes
para recuperar o volume de água durante a estiagem que afeta o Estado desde o
fim de 2013.
Chuvas dentro da média esperada para a
estação não vão resolver a crise hídrica.
Thomaz Garcia, meteorologista do
CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência) relata que como há um déficit
hídrico muito grande, a recuperação dos mananciais ainda não vai ocorrer nesta
estação. Garcia diz que a previsão indica um aumento de temperatura que pode
acarretar em maiores prejuízos.
— Para que haja recuperação dos
mananciais, as chuvas devem vir em maior volume. Tem que se levar em conta o
calor, que provoca o aumento do consumo de água, e, por fim, a evaporação da
água.
Segundo a meteorologista do Inmet
(Instituto Nacional de Meteorologia) Helena Balbino, um dos motivos da crise
hídrica que faz os volumes dos mananciais secarem pouco a pouco em 2014 é a
alta pressão atmosférica que inibe a formação de nuvens. Helena calcula que o
índice pluviométrico para a primavera, considerada uma estação de transição —
por estar entre o inverno e o verão — esteja dentro da média esperada para o
período.
— A expectativa é que aos pouco as
chuvas comecem a surgir, mas, antes disso, a estação deve apresentar
características do inverno, como a exemplo, o tempo seco. O esperado é que no
verão chova muito.
A professora e especialista do
Departamento de Ciências Atmosféricas da USP (Universidade de São Paulo) Maria
Assunção Faus da Silva Dias ressalta que ainda não há condições de recuperação
dos mananciais com a primavera.
— Só vai melhorar se chover demais
no verão. Os meses de janeiro e fevereiro serão cruciais para melhorar para os
mananciais.
Questionada sobre a efetividade de
alternativas tecnológicas para resolver a crise, como tentativa de provocar
chuvas artificialmente, — técnica já testada no Sistema Cantareira e com o aval
para ser utilizada também no Alto Tietê - a especialista é enfática.
- Não vai resolver a situação de jeito
nenhum. Essa alternativa altera em 10% as condições de chuvas. E 10% não é o
que vai resolver nosso problema. Temos que torcer para a natureza. Não tem
milagre que possa resolver nosso problema.
A primavera termina no dia 21 de
dezembro, data em que se inicia o verão no hemisfério sul. (r7)
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