Presidente da SABESP diz que cota de água acaba em novembro
sem chuva
Dilma Pena afirma que divide responsabilidade com o governo
do estado.
Promotor diz que companhia não tem planos para crise
hídrica.
A presidente da Companhia de Saneamento Básico do estado de
São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, disse em 15/10/14 que, se a chuva continuar
escassa, a primeira cota do volume morto acabada em “meados de novembro”. Ela
foi à Câmara Municipal da cidade de São Paulo, onde foi interrogada pelos
vereadores sobre a falta d'água.
“Nós temos uma disponibilidade suficiente para atender a
população nesse regime de chuvas até meados de novembro", disse a
presidente da Sabesp. "Nós temos uma obra em fase de finalização para
disponibilizar para o Sistema Cantareira mais 106 milhões de metros cúbicos por
segundo”, disse Dilma sobre o reservatório atual.
A Sabesp espera obter autorização
para usar a segunda cota do volume morto, caso seja necessário. Entretanto, uma
liminar na Justiça impede a captação. Para obter a licença, a companhia
elaborou relatório que admite, pela primeira vez, possível aumento "de
ocorrências de falta d’água" a partir de abril caso as chuvas sejam
escassas como em 1953.
Após os vereadores pedirem que
Dilma respondesse às perguntas de forma objetiva e deixasse a linguagem técnica
para seus funcionários, ela argumentou: “é um assunto complexo, não depende se
vai chover, se não vai chover. Me desculpem, mas os senhores têm que ter um
pouco de paciência para me ouvir”, disse após pergunta do vereador Roberto
Tripoli (PV).
Questionada se divide a
responsabilidade dos problemas atuais de falta d’água com o governador Geraldo
Alckmin (PSDB), Dilma afirmou que sim. “Este problema é um problema que eu
divido com a diretoria colegiada da Sabesp, com os nossos superintendentes, que
estão trabalhando 12 a 18 horas por dia ininterruptas, com o governo de
administração e com o governo do estado de São Paulo. E estamos dividindo
também com a sociedade paulista”.
O promotor José Eduardo Ismael
Lutti disse que a empresa não tem planejamento contra a falta d’água e conta
com a possibilidade de chuva. “Fica claro que a companhia não planeja para a
segurança hídrica qualquer tipo de cenário, acreditando que as chuvas virão
normalmente.”
Racionamento
A presidente da Sabesp rebateu
críticas dos vereadores e disse que não há restrições do uso da palavra
racionamento. “Nós não temos nada contra a palavra racionamento. Nós temos
simulações de melhor utilização da água disponível”, respondeu.
Segundo Dilma, a água teria acabado
em meados de agosto caso a Sabesp tivesse implantado o racionamento com um dia
sem água e dois com água. Ela voltou a defender que a crise hídrica foi originada
devido aos problemas climáticos.
“Estamos na primavera que apresenta
médias de chuva acima de 100 milímetros e não aconteceu nem em setembro e nem
em outubro”, disse. Dilma ressaltou também que as temperaturas estão, em média,
4 graus acima da média.
Represa Jaguari-Jacareí, onde o índice que mede o volume de
água armazenado no Sistema Cantareira é de apenas 5,1% da capacidade total.
(g1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário