sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Período úmido terá mais chuvas, mas não ajudará represas

Período úmido deve ter mais chuvas, mas não ajuda represas
Vista da marca d'água no lago da represa hidrelétrica de Furnas, em Mina Gerais.
O período úmido 2014/2015 que inicia mais fortemente em novembro deve ter mais chuva que um ano antes no Sudeste, mas a situação das represas de hidrelétricas ainda pode ser um problema em 2015 já que as temperaturas ficarão acima da média, o que eleva o consumo de energia.
Meteorologistas consultados pela Reuters consideram que até agora os sinais são de que as chuvas no Sudeste durante o verão ficarão entre a média e um pouco abaixo da média, o que ainda deixa o setor elétrico em alerta, já que o nível das represas do Sudeste atualmente está em quase 24%.
O baixo nível das represas causou uma série de desequilíbrios no setor elétrico do país.
As usinas térmicas nacionais estão operando de maneira contínua há meses, o que tem impulsionado os preços da energia e obrigado o governo federal a costurar acordos de empréstimos para distribuidoras que serão pagos pelos consumidores a partir do próximo ano, podendo impactar na inflação.
Especialistas do setor elétrico têm dito que apenas um período de chuvas não será suficiente para recuperar os reservatórios das usinas a cerca de 60% de armazenamento, um nível considerado confortável para o país enfrentar o próximo período de estiagem, a partir de abril de 2015.
Durante o período chuvoso já é esperado um aumento natural do consumo de energia de cerca de 5 mil a 8 mil megawatts (MW) médios, segundo o presidente da Comerc Energia, Cristopher Vlavianos, enquanto há uma redução natural na produção de energia das térmicas a bagaço de cana e usinas eólicas por fatores sazonais.
Assim, as chuvas precisam ser abundantes o bastante para encher os reservatórios das hidrelétricas ao mesmo tempo em que o uso dessas represas aumenta para atender ao consumo de energia maior, natural dessa época do ano.
"Então, se não chover, a velocidade em que o nível dos reservatórios vai cair é maior que o que ocorre agora", disse Vlavianos, cuja última previsão para risco de racionamento de energia em 2015 é de 17%.
Retorno das Chuvas?
A expectativa de retorno das primeiras pancadas de chuva de fim de ano está se confirmando, segundo o meteorologista da Climatempo, Alexandre Nascimento, mas ainda é preciso muito mais chuva para elevar o nível das represas.
"O nível dos reservatórios geralmente começa a parar de cair, se a chuva persistir, em novembro. E depois, a partir de dezembro é que efetivamente começa a acumular água", estima.
A meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), Neide Oliveira, lembra que a probabilidade de ocorrência do El Niño que havia no início do ano, trazendo mais chuva para a região Sudeste, foi reduzida gradativamente. (exame)

Nenhum comentário:

Degradação florestal na Amazônia afeta área três vezes maior que desmatamento

Entre março de 2023 e de 2024, INPE detectou aviso de degradação para 20,4 mil km², maior que os 18 mil km² do período anterior. É necessári...