SP tem 70 cidades afetadas por seca, onde vivem 13,8 milhões.
38 municípios no Estado já precisaram adotar o racionamento,
três estão em situação de emergência e um em calamidade pública.
A falta d’água já atinge, total ou
parcialmente, 70 municípios de São Paulo, fora a capital, onde vivem 13,8
milhões de pessoas. Desses, 38 já adotaram o racionamento, 3 estão em situação
de emergência e 1 em calamidade pública.
Grandes cidades do interior, como
Campinas, Piracicaba e Americana, sofrem com a falta de água. Só na região de
Campinas são 12 cidades e 2,3 milhões com rodízio. Em 14/10/14 atendendo a
pedido do prefeito Jonas Donizete (PSB), o governador Geraldo Alckmin (PSDB)
autorizou o aumento na liberação de água do Cantareira de 3 m³/s para 3,5 m³/s
para evitar o colapso no abastecimento da cidade.
Segundo a Sanasa, a empresa de
saneamento da cidade, com as altas temperaturas o consumo passou de 2,8 m³/s
para 4 m³/s. A má qualidade das águas do Rio Atibaia, onde é feita a captação,
fez com que o volume de água tratada fosse reduzido, “provocando problemas
pontuais de falta de água em algumas regiões”. Desde sexta, a empresa usa 20
caminhões-pipa para atender locais mais afetados.
Em Bauru, 158 bairros vão conviver
com rodízio, que começou nesta quarta-feira. A comerciante Rosana Domingues
está comprando água para consumo. Já a cidade de Americana adotou em 14/10 o
rodízio entre os sistemas de captação para preservar os reservatórios, mas não
admitiu o racionamento.
Em Piracicaba, desde o início do
mês, pelo menos 20 bairros – mais de 100 mil pessoas – ficaram sem água.
Moradores alegam que há um rodízio disfarçado. O Serviço Municipal de Água e
Esgoto (Semae) afirma que o desabastecimento foi causado por avaria em uma
adutora. O Rio Corumbataí, que abastece a cidade, está com nível muito baixo.
Salto e Guararapes também optaram pelo racionamento nesta semana.
"A gente já estava rezando nos
templos, mas agora resolvemos pedir a ajuda de Deus daqui mesmo", disse
vereador.
Com racionamento desde fevereiro,
Itu está sendo abastecida precariamente com a compra de três milhões de litros
de água por dia em outras cidades. No domingo, 11, no quarto protesto contra a
falta de água, moradores interditaram uma rodovia e incendiaram um ônibus.
Oração
Em Franca, a seca reduziu em 45% a
vazão do Rio Canoas – o principal manancial da cidade – e em 65% a do Córrego
Pouso Alegre. Em 15/10/14, ao visitar o Canoas e saber que os cortes de água
começariam, o vereador e pastor Otávio Pinheiro (PTB) rezou pedindo chuva, com
outros 12 vereadores e o diretor da Sabesp, Rui Engracia. “Fiquei muito
assustado quando vi aquela situação, com o rio baixo e cheio de terra”, disse.
Na cidade, a Sabesp não assumiu
oficialmente o racionamento, mas divulgou uma lista com dezenas de bairros que
têm corte de água. Todo dia, 27 caminhões-pipa buscam água em represas da
região para completar os reservatórios.
O município de Cruzeiro, no Vale do
Paraíba, adotou o racionamento na terça-feira, em razão do baixo nível dos Rios
Batedor e Passa Vinte. O abastecimento é interrompido durante 24 horas, em dias
alternados. A telefonista Ana Cristina Ribeiro, moradora da Vila Brasil, foi
avisada que ficará sem água a partir das 7h desta quinta-feira, 16. “Como só
tenho uma caixa, pedi à minha mãe para encher os baldes, pois não sabemos
quando a água vai voltar.” Segundo ela, a cidade tem bairros altos que já estão
sem água há mais tempo.
Moradores de Redenção da Serra
reclamam da interrupção no abastecimento e da qualidade da água, mas a Sabesp
informou que os problemas foram pontuais e já estão corrigidos. A Associação
Pró-Gestão das Águas da Bacia do Rio Paraíba do Sul prevê que as represas da
região podem entrar em colapso em novembro se não chover. (OESP)
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