Desmate emite 20% mais de dióxido de carbono, diz estudo
O desmatamento de florestas tropicais tem emitido pelo menos 20% mais
dióxido de carbono do que se acreditava anteriormente, de acordo com um novo
estudo liderado por cientistas da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e da
Universidade de São Paulo (USP). O trabalho, publicado na revista Nature
Communications, foi feito em parceria com cientistas do Hemholtz Centre for
Environmental Research (UFZ), da Alemanha, e da Universidade de Toronto (UofT),
no Canadá.
O estudo abordou todas as florestas tropicais do planeta, com foco
especial na Mata Atlântica e na Amazônia. A principal conclusão é que a perda
de biomassa nas bordas dos fragmentos não vinha sendo calculada, levando a uma
subavaliação dos efeitos da degradação florestal. "Quando consideramos os
efeitos da fragmentação e das bordas, estimamos que as emissões de dióxido de
carbono sejam bem maiores do que se previa antes", disse um dos autores,
Milton Ribeiro, do Laboratório de Ecologia Espacial e Conservação da UNESP.
Segundo os autores, o estudo
é o primeiro a apresentar uma estimativa global para as emissões de carbono em
decorrência dos efeitos da fragmentação florestal. Para calcular as emissões
adicionais de carbono nas bordas florestais, os cientistas desenvolveram uma
nova abordagem que integra os resultados de sensoriamento remoto, ecologia de
paisagens e modelagem de dinâmica florestal.
De acordo com os cientistas,
nas áreas de borda as condições microclimáticas se alteram. Isso resulta em
aumento do estresse das árvores, aumentando a mortalidade. (OESP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário