Falta de água em Campinas põe até a Unicamp em sistema de
rodízio
Falta de água põe até a Unicamp em sistema de rodízio.
Corte programado aconteceu das 9h às 17h e atingiu 137 mil
pessoas em Campinas.
Crise hídrica
Institutos, faculdades e órgãos diversos passarão a ter
cortes programados, conforme a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento
(Sanasa); indústria local já calcula prejuízos e prevê problemas para até 16
mil empresas, além de demissões.
Unicamp: universidade foi afetada pela falta de água no
estado de São Paulo.
A falta de água atingiu em 17/10 a
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), um dos principais polos de ensino
do País. Institutos, faculdades e órgãos diversos passarão a ter fornecimento
no sistema de rodízio, conforme informou a Sociedade de Abastecimento de Água e
Saneamento (Sanasa), a exemplo de outras 31 localidades. A indústria regional
ainda estimou que a crise hídrica vai afetar 16 mil empresas na região e pode
causar demissões em Campinas.
Os funcionários da Diretoria Geral
de Administração (DGA), área responsável por contratos da Unicamp, suspendeu o
expediente e os funcionários foram dispensados às 15 horas, segundo um
funcionário que pediu para não ser identificado. Oficialmente, a Unicamp não
falou das áreas afetadas, mas protocolou uma solicitação para a Sanasa pedindo
que seja informada com antecedência dos cortes.
Segundo a Sanasa, o
desabastecimento aconteceu das 9 às 17 horas e atingiu 137 mil habitantes em
toda a cidade. A qualidade da água do Rio Atibaia - responsável pelo
abastecimento de 95% da população - está comprometida, o que exige manobras
operacionais.
A assessoria de imprensa da
universidade afirmou que apenas o Restaurante Administrativo, utilizado pelos
alunos, passou o dia fechado. No entanto, estudantes relataram desabastecimento
em outros locais. Aluno de Letras, Maurício Gabriel dos Santos, de 21 anos,
relatou surpresa com o desabastecimento. "Todos no entorno do Ciclo
Básico, além da moradia e do restaurante, tiveram problemas", contou.
Indústria
Os cortes ainda afetam a economia
local. Segundo o vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado (CIESP) de
Americana e coordenador da Câmara Técnica da Indústria no Comitê do PCJ,
Leandro Zanini, a crise hídrica vai reduzir a produção industrial.
O efeito dominó será causado pelas
85 grandes empresas da região que captam diretamente no sistema do Rio Atibaia
- incluindo o Polo Petroquímico de Paulínia. Essas estão consumindo apenas 43%
da vazão outorgada. "O problema é que não há mais água no rio", diz.
Segundo Zanini, "essas empresas já atingiram o limite da eficiência na
economia de água e agora não resta outra saída a não ser reduzir a produção."
Para evitar demissões, o CIESP
procurou o DAEE para liberar poços para o uso das indústrias. (exame)
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