Segundo especialistas, serão necessários dois ou três anos
para que os reservatórios voltem a uma situação de normalidade.
Ao que tudo indica o próximo
período úmido, que deverá se iniciar em novembro e terminar em março ou abril,
não será suficiente para recompor os reservatórios, deixando-os em níveis
confortáveis em 2015. Os metereologistas já afirmaram que as afluências deverão
ocorrer dentro da média histórica, o que fará com que o ano que vem seja
bastante parecido com 2014, ou seja, reservatórios em níveis mais baixos e
térmicas ligadas na base. Especialistas ouvidos pela Agência CanalEnergia,
acreditam que o país precisará de dois a três ciclos úmidos para que os
reservatórios voltem a uma situação de normalidade.
"Com chuvas um pouco acima
da média, 110% da MLT ou 120% da MLT, e continuando com o despacho térmico na
base, é possível que os reservatórios se recuperem em dois ou três anos",
calcula Mikio Kawai Jr., diretor executivo da Safira Energia. A mesma previsão
é feita por Paulo Toledo, diretor executivo da Ecom Energia. No entanto, ele
pondera que o tempo de recuperação depende de diversos fatores, como períodos
úmidos acima da média, períodos secos mais chuvosos, e também do crescimento
econômico do país. "O crescimento econômico praticamente negativo que a
gente vem tendo, de economia estagnada, vem ajudando o setor elétrico, porque a
economia não está demandando um crescimento maior de consumo", afirmou.
João Mello, presidente da Thymos
Energia, também avalia que a recuperação dos reservatórios será parcial, mas
que só será possível ter uma visão mais aprimorada em abril, ao término do
período úmido. "Daqui até lá teremos que economizar a água que está
chegando. Gerar energia nas hidrelétricas a fio d'água, economizando os
reservatórios e tentando enchê-los o máximo possível", aponta. Para ele,
2015 será um pouco melhor que 2014, mas com um padrão de risco alto e com
preços altos.
"A gente vai continuar no
limite, da mesma forma que estamos neste ano. Vai ser um pouco melhor porque
tem mais oferta, mas de qualquer maneira não dá para reverter o processo",
declara Mello. Reservatórios importantes para o país estão com níveis muito
baixos. O reservatório de Furnas está com 18,53% da capacidade e o de Três
Marias, pertencente à Cemig, com 4,10%. Os reservatórios de Ilha Solteira e
Três Irmãos estão com a capacidade zerada. "O nível dos reservatórios está
muito ruim e a gente deve terminar o período seco em níveis piores do que no
racionamento em 2001", avalia Toledo.
O risco das usinas ficarem com
reservatórios em níveis tão baixos, segundo Mello, da Thymos, é que pode haver
uma redução da potência disponível nessas máquinas. "Em termos de energia,
a gente consegue segurar o verão, segundo a expectativa dos meteorologistas. O
que pode acontecer é ter um problema de ponta, porque a potência dessas usinas
está baixa. O nível de armazenamento e a altura da queda, no caso das usinas a
fio d'água, compromete a potência", declarou. (analenergia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário