Com queda no volume dos rios, litoral de SP liga alerta para
a temporada
Próxima temporada de verão pode mostrar cenário atípico e
falta d’água.
Sinal de alerta foi ligado na Baixada Santista também pela
falta de chuva.
Estiagem deixa marcas visíveis no Rio Cubatão.
A constante queda no volume dos
rios que abastecem a Baixada Santista está deixando moradores e turistas que
visitam a região bastante preocupados. Com a chegada da temporada, o feriado da
Consciência Negra em 20/11, servirá como um teste para diagnosticar a
capacidade de abastecimento da região.
De acordo com informações da
Sabesp, os rios que abastecem o litoral de São Paulo apresentaram, por causa da
falta da chuva, uma queda média de 20% no volume d'água em comparação com o
último mês de outubro, o que ligou o sinal de alerta em algumas cidades. No ano
passado, mesmo com os rios mais cheios, bairros de cidades como Guarujá e Praia
Grande enfrentaram falta d'água em vários períodos, já que a população aumenta
exponencialmente nesse período.
Lava-Pés ajudam a reduzir o desperdício de água
Em Santos, a prefeitura adotou uma medida para ajudar a
reduzir o consumo de água nos chuveiros da orla da praia. Desde maio deste ano,
o departamento de Administração Regional da Zona da Orla/Intermediária iniciou
a instalação de 94 lava-pés na orla. De acordo com a prefeitura, a explicação é
que a distância entre os chuveiros e o chão muitas vezes causa desperdício de
água, o que não ocorre com os lava-pés por serem direcionado e de menor porte.
Guarujá também resolveu se
antecipar a um possível problema futuro, já que a situação da falta de água na
cidade costuma ser comum durante o verão. O poder público, por meio da
Advocacia Geral, protocolou uma petição na Justiça em 30/11, para que a Sabesp
apresente um plano emergencial para suprir eventuais problemas, como os
registrados no ano passado.
Educadora mora na capital e desceu a serra para lavar roupa.
A expectativa das Prefeituras é que, na atual temporada, o
número de turistas na região aumente consideravelmente, justamente por causa da
falta d'água na Capital e no interior. Já durante o mês de outubro era possível
encontrar alguns moradores da Capital que desceram a Serra e aproveitaram para
lavar as roupas na Baixada Santista. A educadora Isabele Notari é um exemplo de
quem tomou essa atitude. "Decidi ir ver a minha família, os meus amigos,
mas claro que a falta de água também pesou na decisão. Levei as minhas roupas
para lavar em Santos. Sei que a situação no litoral é melhor",
afirma.
Além de Isabele, outros conhecidos
também têm sofrido durante o período de estiagem que assola São Paulo.
"Meus alunos, que vivem na Zona Sul, na periferia, reclamam muito da falta
de água. Meus vizinhos e amigos também estão do mesmo jeito", revela.
Tanto a Sabesp quanto o governador
Geraldo Alckmin garantem que, com os investimentos realizados nos últimos anos,
não existirão problemas para moradores e turistas que seguirem em direção ao
litoral. Alckmin afirma que a região estará protegida e cita duas Estações de
Tratamento de Água (ETAs) da região que receberam melhorias. “Nós
entregamos dois grandes investimentos. Um foi Jurubatuba, em Guarujá, com 2 mil
litros por segundo. Foram mais de R$ 100 milhões de investimentos. Já para o
litoral sul, Mambu / Branco (Itanhaém) têm 1.600 mil litros a mais. Nessa
região foram mais de R$ 400 milhões, porque teve captação, tratamento e
distribuição. Ou seja, são mais de 3.600 litros a mais por segundo e isso
equivale a população de praticamente 2 milhões de habitantes”, ressalta.
CIDADE – RIO – ETA’s
Santos - Rio do Macuco - Caruara
São Vicente - Córrego Bueno;
Córrego Santa Rita; Córrego Itu - Itu
Cubatão - Rio Cubatão; Rio Pilões - Cubatão e Pilões
Guarujá - Rio Jurubatuba; Rio
Jurubatuba Mirim - Jurubatuba
Bertioga - Ribeirão das Furnas;
Ribeirão Fazenda; Rio Itapanhaú; Rio Itaguaré; Ribeirão Pedra Branca; Rio
Guaratuba - Boracéia, Itapanhaú,
Furnas/Palaes, São Lourenço e Costa do Sol
Praia Grande - Ribeirão Lambari;
Ribeirão Guariuma; Ribeirão Laranjal; Córrego Serraria; Córrego Soldado - Melvi
Mongaguá - Rio Mongaguá - Antas
Itanhaém - Rio Mambu; Rio Branco - Mambu/Branco
Peruíbe – Ribeirão Quatinga;
Ribeirão Cabuçu; Ribeirão São João; Ribeirão Guarauzinho - Peruíbe e Guaraú
Para a secretária do Comitê das
Bacias Hidrográficas da Baixada Santista, Maria Wanda Iório, é necessário mais
rigor no controle da vazão dos rios. “É preciso manter o controle da vazão e,
por isso, estamos planejando um estudo amplo para monitorar as condições da
região e saber quais as necessidades de cada um dos nossos rios”, explica.
Abastecimento
A Baixada conta atualmente com 15
ETAs distribuídas entre as nove cidades (ver quadro ao lado). Segundo a Sabesp,
o complexo é integrado e permite, caso haja algum problema de captação de água
em algum dos rios ou estiagem, como ocorreu durante o mês de outubro, que o
sistema transfira água para os municípios vizinhos.
O porquê da crise não ter chegado
às cidades da região, segundo a Sabesp, pode ser explicado pela diferença das
condições geográficas e até climáticas entre o litoral paulista e a grande São
Paulo.
Enquanto a região de planalto
necessita de grandes represas para alimentar diversas regiões, a Baixada conta
com captação de água 'bruta' de rios provenientes da Serra do Mar. Em
nota, a Sabesp informa que essa proximidade com a biodiversidade da Mata
Atlântica aumenta a incidência de chuvas e mantém os mananciais da região equilibrados.
Nível da água é medido por régua.
Embora os níveis do volume de água dos rios tenham sofrido
queda, a Companhia reitera que o cenário é estável e, durante a temporada de
verão, as 15 ETAs que chegam a produzir um total de 10.500 litros por segundo
serão suficientes. Somente em Cubatão, os dois pontos de captação de água são
responsáveis por produzirem quase a metade do que é consumido nos nove
municípios pelos mais de 1,7 milhões de habitantes (população fixa) da Baixada
Santista. As unidades de tratamento dos rios Pilões e Cubatão produzem cerca de
4.850 litros de água pronta para o consumo por segundo.Perguntado se valeria a pena trazer um bônus para os moradores da Baixada Santista que economizarem no uso da água, assim como está sendo feito na Capital, o governador afirmou que levará o pedido à Companhia. "Vou levar a proposta para Sabesp. Nós implantamos onde tínhamos uma crise intensa na região metropolitana de São Paulo e Campinas que foi a mais atingida pela seca, mas nós já praticamente ultrapassamos esse período e estamos chegando no período das águas", disse.
Paulistanos sofrem com a falta de água na cidade. (g1)
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