segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Aperto do clima

Em minha cabeça pairam dúvidas se a coisa é para valer. Até compreendo que não se podem reduzir as emissões de países inteiros do dia para a noite, mas muita coisa pode mudar no prazo de 10 anos para os EUA reduzirem suas emissões para pouco mais de 4 Petagramas de Carbono/ano, ou nos 15 anos acertados para a China parar de aumentar suas emissões.
Na pouco democrática República Chinesa, as condições para cumprir o trato talvez sejam melhores, mas nos EUA o cabelo de Obama ficará ainda mais branco para que o Congresso Republicano recém eleito aprove o trato com os chineses.
Ainda que o argumento republicano de que “não adianta reduzir as emissões se os chineses também não reduzirem” esteja agora enfraquecido, ainda sobra o outro de que a redução de emissões irá levar a redução de empregos. Obama terá que provar que há suficientes empregos e atividade econômica na mudança da matriz energética norte americana.
O acordo também prepara o clima (não perdoem o trocadilho) para a reunião de 2015, em Paris, que pretende chegar a um acordo internacional de limitação de emissões com validade legal, já que o anterior de Kyoto foi um fracasso total, em parte pelo fato de não contar com a assinatura norte-americana.
Se este trato se mantiver pelo menos até o fim de 2015, há boas chances de ele ter consequências positivas no encontro de Paris. Aliás, o timing foi perfeito para causar marola já no encontro do G20 deste fim de semana, que ocorre sob a batuta do retrógrado líder Tony Abbott. Ele que mereceu o bem humorado protesto de um grupo de australianos enfiando a cabeça na areia, pensava em desviar a atenção da reunião para longe das mudanças climáticas. O histórico aperto de mão de Obama e Jinping irá provavelmente frustrar as expectativas do líder.
Apesar do ceticismo que os anos trazem, não escapei de certa esperança ao ver 40% das emissões de carbono mundiais (China + EUA) concordarem em serem mais bonzinhos daqui por diante. (ecodebate)

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