quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Desmatamento está em queda, afirma IBAMA

Apuração do INPE, segundo o IBAMA, mostrou uma queda de 18% no desmatamento da Amazônia.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) contestou, anteontem, a informação atribuída ao Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) sobre um suposto aumento do desmatamento na região. Há duas semanas o Imazon, organização com sede em Belém, informou sobre uma nova alta na devastação da floresta amazônica em comparação com o ano passado.
A notícia, transmitida para todo o Brasil, dava conta de que o SAD, um sistema independente de monitoramento, havia detectado, somente em outubro, um desmatamento de 244 km2 na Amazônia Legal. Se verdadeiro, esse número representaria um aumento de 467% em relação a outubro de 2013, em que havia sido registrado um desmatamento de 43 km2.
O superintendente do IBAMA no Pará, Hugo Américo, refutou a informação. Embora manifestando respeito pela atuação do Imazon, Américo deixou claro que os números apontados pela organização não correspondem à realidade.
No seu entender, o Imazon está utilizando uma base de dados reconhecidamente frágil e misturando coisas que não deveriam ser misturadas. O recurso a essa metodologia estaria por trás dos equívocos apontados pelo superintendente do IBAMA.
Segundo Hugo Américo, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou em 28/11/14, os dados do Deter, como é conhecido o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real, referentes aos meses de agosto, setembro e outubro. O Deter emite alertas de eventuais alterações na cobertura vegetal, identificadas com base nas imagens do satélite Modis.
Imagens
Ocorre, assinalou o superintendente do IBAMA, que as imagens do satélite Modis têm uma resolução considerada baixa. Elas são importantes para tornar mais efetiva a fiscalização do IBAMA, organismo vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e responsável quase que exclusivo – cerca de 90 % das ações – pelo combate ao desmatamento na região amazônica.
Os alertas do SAD, o sistema utilizado pelo Imazon, é disponibilizado também para as prefeituras, mas acabam nestes casos tendo pouca ou nenhuma efetividade porque os municípios não dispõem de estrutura apropriada para esse tipo de trabalho, nem em recursos humanos e nem em equipamentos.
Os alertas são disponibilizados também para as prefeituras, mas acabam, nestes casos, tendo pouca ou nenhuma efetividade porque os municípios não dispõem de estrutura apropriada para esse tipo de trabalho.
O superintendente destacou que o sistema responsável pelas taxas oficiais do desmatamento na Amazônia Legal é o Prodes (Programa de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia), cujo satélite opera com imagens mais de oito vezes superior a do Deter.
A última apuração do INPE com esse sistema, cobrindo o período Prodes – de 01/08/13 à 31/07/14 –, apresentou uma queda de 18% no desmatamento, o que significou uma diminuição de 1.033 km2 da área desmatada. Esta foi, segundo Hugo Américo, a segunda menor taxa de toda a história do monitoramento.
Acrescentou que, tecnicamente, é inaceitável qualquer tipo de comparação entre os dados dos dois sistemas, visto que eles apresentam características completamente distintas.
De qualquer forma, caso venha a se considerar a análise de dados do Deter como indicador de desmatamento, ainda assim vai se constatar, conforme frisou que o resultado aponta uma queda progressiva no corte raso da floresta, com 484 km2 desmatados em agosto, 232 em setembro e 141 em outubro. (diarioonline)

Nenhum comentário:

Degradação florestal na Amazônia afeta área três vezes maior que desmatamento

Entre março de 2023 e de 2024, INPE detectou aviso de degradação para 20,4 mil km², maior que os 18 mil km² do período anterior. É necessári...