Apuração do INPE, segundo o IBAMA,
mostrou uma queda de 18% no desmatamento da Amazônia.
O Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) contestou, anteontem, a
informação atribuída ao Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon)
sobre um suposto aumento do desmatamento na região. Há duas semanas o Imazon,
organização com sede em Belém, informou sobre uma nova alta na devastação da
floresta amazônica em comparação com o ano passado.
A notícia, transmitida para todo
o Brasil, dava conta de que o SAD, um sistema independente de monitoramento,
havia detectado, somente em outubro, um desmatamento de 244 km2
na Amazônia Legal. Se verdadeiro, esse número representaria um aumento de 467%
em relação a outubro de 2013, em que havia sido registrado um desmatamento de
43 km2.
O superintendente do IBAMA no
Pará, Hugo Américo, refutou a informação. Embora manifestando respeito pela
atuação do Imazon, Américo deixou claro que os números apontados pela
organização não correspondem à realidade.
No seu entender, o Imazon está
utilizando uma base de dados reconhecidamente frágil e misturando coisas que
não deveriam ser misturadas. O recurso a essa metodologia estaria por trás dos
equívocos apontados pelo superintendente do IBAMA.
Segundo Hugo Américo, o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou em 28/11/14, os dados do Deter,
como é conhecido o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real,
referentes aos meses de agosto, setembro e outubro. O Deter emite alertas de
eventuais alterações na cobertura vegetal, identificadas com base nas imagens
do satélite Modis.
Imagens
Ocorre, assinalou o superintendente do IBAMA, que as imagens do satélite Modis têm uma resolução considerada baixa. Elas são importantes para tornar mais efetiva a fiscalização do IBAMA, organismo vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e responsável quase que exclusivo – cerca de 90 % das ações – pelo combate ao desmatamento na região amazônica.
Ocorre, assinalou o superintendente do IBAMA, que as imagens do satélite Modis têm uma resolução considerada baixa. Elas são importantes para tornar mais efetiva a fiscalização do IBAMA, organismo vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e responsável quase que exclusivo – cerca de 90 % das ações – pelo combate ao desmatamento na região amazônica.
Os alertas do SAD, o sistema
utilizado pelo Imazon, é disponibilizado também para as prefeituras, mas acabam
nestes casos tendo pouca ou nenhuma efetividade porque os municípios não
dispõem de estrutura apropriada para esse tipo de trabalho, nem em recursos
humanos e nem em equipamentos.
Os alertas são disponibilizados
também para as prefeituras, mas acabam, nestes casos, tendo pouca ou nenhuma
efetividade porque os municípios não dispõem de estrutura apropriada para esse
tipo de trabalho.
O superintendente destacou que o
sistema responsável pelas taxas oficiais do desmatamento na Amazônia Legal é o
Prodes (Programa de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia), cujo satélite
opera com imagens mais de oito vezes superior a do Deter.
A última apuração do INPE com
esse sistema, cobrindo o período Prodes – de 01/08/13 à 31/07/14 –, apresentou
uma queda de 18% no desmatamento, o que significou uma diminuição de 1.033 km2
da área desmatada. Esta foi, segundo Hugo Américo, a segunda menor taxa de toda
a história do monitoramento.
Acrescentou que, tecnicamente, é
inaceitável qualquer tipo de comparação entre os dados dos dois sistemas, visto
que eles apresentam características completamente distintas.
De qualquer forma, caso venha a
se considerar a análise de dados do Deter como indicador de desmatamento, ainda
assim vai se constatar, conforme frisou que o resultado aponta uma queda
progressiva no corte raso da floresta, com 484 km2 desmatados em
agosto, 232 em setembro e 141 em outubro. (diarioonline)
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