2014 deve ser o ano mais quente já registrado, afirma
Organização Meteorológica Mundial
Superação dos índices
de 2010, 2005 e 1998 confirma tendência global de aquecimento em longo prazo.
Pronunciamento da OMM tem o objetivo de atualizar as negociações sobre as
mudanças climáticas em curso no Peru.
O ano de 2014 está no
caminho para se tornar um dos mais quentes já registrados – se não o mais
quente -, de acordo com estimativas da
Organização Meteorológica Mundial (OMM). As temperaturas globais na superfície
marítima atingiram recordes e, aliadas a outros fatores, contribuíram para
enchentes e tempestades excepcionalmente intensas em muitos países, enquanto
outras regiões enfrentaram secas severas.
Se as tendências de
janeiro e outubro deste ano se mantiverem em novembro e dezembro, 2014
provavelmente será o ano mais quente já registrado. A superação dos índices de
2010, 2005 e 1998 confirma a tendência global de aquecimento em longo prazo –
apesar de as diferenças serem pequenas e outras pesquisas terem obtido
conclusões ligeiramente distintas.
O documento provisório da OMM foi publicado com o objetivo de fornecer
informações para as negociações sobre as mudanças climáticas em curso no Peru,
que tiveram início em 01/12.
O relatório ressalta
que diversas regiões no mundo apresentaram temperaturas especialmente elevadas
nos primeiros dez meses de 2014 – como a Europa, o oeste da América do Norte,
boa parte da África e amplas áreas da América do Sul. Recordes de calor
atingiram o norte da Argentina, o Paraguai, a Bolívia e o sul do Brasil em
outubro.
As temperaturas
globais na superfície marítima foram as maiores já registradas, contribuindo
para a elevação do nível do mar – ao lado de fatores como o derretimento de
calotas polares e de geleiras. No início de 2014, a média global do nível do
mar alcançou um recorde para a época do ano.
As enchentes
atingiram diversas partes do mundo, incluindo o Reino Unido e a Argentina. No
sudeste do Brasil, no Paraguai e no sul da Bolívia, os índices de precipitação
foram 250% maiores do que as médias anteriores – afetando mais de 200 mil
pessoas no Paraguai, por conta da elevação do nível do rio Paraná.
O relatório ainda
chamou atenção para a seca e a falta de água severas no Brasil, em especial na
cidade de São Paulo – que vem sofrendo com a escassez do armazenamento de água.
As últimas análises
da OMM mostram que os níveis de gases de efeito estufa dióxido de carbono (CO2),
metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) apresentaram novos
máximos em 2013. Os dados referentes a 2014 ainda não foram processados.
(ecodebate)
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