Investimentos de R$ 50 bilhões
estão previstos para acabar com desmatamento ilegal do bioma; só em
fiscalização será R$13 mi.
A Secretaria de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável de Minas informou ter lançado, em maio do ano
passado, um Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento da Mata Atlântica, que
prevê investimentos de R$ 50 milhões, com o objetivo de acabar com o
desmatamento ilegal no bioma.
Segundo a pasta, o plano contém investimento de R$ 13
milhões apenas em ações de fiscalização que “vão contribuir para a conservação
e a recuperação dos remanescentes de Mata Atlântica de Minas”. “Serão fiscalizadas
100% das áreas identificadas com a retirada da cobertura vegetal nativa e em
estágio sucessional médio ou avançado, independentemente se são autorizadas ou
não pelo órgão ambiental competente.”
De acordo com a secretaria, foram
feitas 647 operações de fiscalização em todo o Estado contra desmatamento de
floresta nativa e poluição de rios em 2014. Segundo a pasta, cinco ações foram
realizadas nas cidades de Extrema e Camanducaia, por onde passa o Rio Jaguari,
principal afluente do Sistema Cantareira. O governo destacou que a região faz
parte da Área de Proteção Ambiental da Rodovia Fernão Dias, criada em 1997.
Ainda segundo o governo mineiro,
desde 2003, “houve aumento de cerca de 35% nas áreas verdes” do Estado. “Minas
soma 186 unidades de conservação somente no bioma Mata Atlântica”, totalizando
dois 2 milhões de hectares preservados. Apesar disso, segundo a Fundação SOS
Mata Atlântica, o Estado foi recordista em desmatamento em cinco dos últimos
dez anos.
Nascentes
ressurgem em Minas
A 1,6 mil metros de altitude, quase
no topo da Serra da Mantiqueira, parte das nascentes que formam o Rio Jaguari
em Camanducaia, no sul de Minas, renasceu com as chuvas dos últimos 30 dias.
A água que voltou a brotar na montanha anima os moradores
das regiões, mas ainda não tem volume nem força para percorrer 100 quilômetros
e encher os reservatórios do Sistema Cantareira em Bragança Paulista e
Joanópolis, em São Paulo.
As represas que representam 82% do manancial recebem 60%
menos água do que antes da crise e agonizam no volume morto.
Principal afluente do Cantareira que abastece hoje cerca de
12 milhões de pessoas na Grande São Paulo e na região de Campinas, o Rio
Jaguari virou um pequeno córrego com menos de 50 centímetros de profundidade
durante a estiagem do ano passado.
Muitas nascentes que forma o rio nos municípios de Extrema,
Camanducaia e São Bento do Sapucaí, desapareceram no início de 2014, quando o
Estadão teve na região. Aos poucos, esses cursos d’água estão renascendo, o que
já elevou para 1,5 metros o rio Jaguari no início de janeiro/15, o que não
acontecia desde dezembro/13.
Em Extrema, na divisa entre Minas e São Paulo, cachoeiras
que tinham virado pedra voltaram a ter quedas e piscinas naturais. “O rio sobe
bem quando chove aqui no alto da serra, mas logo baixa. A terra está muito seca,
ela chupa toda a água”, relata Clemilson Aparecido Fernandes, de 32 anos, que
trabalha na Fazenda Campo Verde, onde estão algumas nascentes do Jaguari,
limite do município com São Bento do Sapucaí.
Agricultores, meteorologistas, pescadores e donos de
pousadas na região do sul de Minas estão animados com a volta dos riachos e das
nascentes do Jaguari. Mas todos são unânimes na avaliação de que a chuva deste
ano ainda não seria suficiente para recuperar o rio.
A destruição da mata ciliar do Rio Jaguari ao longo de seu
trajeto sinuoso por dentro da Serra da Mantiqueira, no sul de Minas, é hoje a
maior vilã da recuperação das represas do Sistema Cantareira.
Fazendas de eucaliptos e pinus tomaram toda a região no alto
da serra, onde estão as nascentes do manancial. (OESP)
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