Sem vegetação, margem do Rio
Jaguari sofre erosão e leito é assoreado; processo barra chegada de água ao
Cantareira, em SP.
A destruição da mata ciliar do Rio
Jaguari ao longo de seu trajeto sinuoso por dentro da Serra da Mantiqueira, no
sul de Minas, é hoje a maior vilã da recuperação das represas do Sistema
Cantareira.
Sem a vegetação nas suas margens,
que deram lugar a imensas plantações de arroz, eucaliptos e a pastagens de
gado, o Jaguari sofre um grave processo de erosão que causa o assoreamento do
leito do rio e impede que as chuvas na região serrana cheguem aos
reservatórios.
O resultado da destruição da mata
ciliar do rio ao longo do tempo, segundo especialistas, é justamente a
diminuição do volume de água que chega ao Cantareira. Segundo monitoramento da
Fundação SOS Mata Atlântica, a região tem apenas 21,5% da cobertura vegetal
nativa.
“Sem matas ciliares nas encostas
dos rios, a própria chuva acaba sendo prejudicial para o manancial. Em vez de
infiltrar no solo, a água corre pela área desmatada, levando sedimentos e
assoreando o leito do rio”, explica Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das
Águas da SOS Mata Atlântica.
A vegetação das margens funciona
como um filtro, retendo a chuva para os lençóis freáticos, que estocam água e
aos poucos alimentam o rio. Mas, até próximo de suas nascentes, o Rio Jaguari
já perdeu sua mata nativa para plantações de pinos e eucaliptos, culturas
consideradas nocivas em áreas de proteção ambiental, justamente por consumirem
muita água do solo.
“Os eucaliptos são chamados de
secadores de lagos, eles competem com a gente porque consomem muita água e por
isso crescem rápido. Pior do que eles, só as áreas de pasto, que
impermeabilizam completamente o solo”, afirma Paulo Henrique Pereira, secretário
de Meio Ambiente de Extrema.
Desde 2005, o município mantém o
projeto Conservador das Águas, que já cercou mais de 6 mil hectares de áreas de
preservação permanente que margeiam córregos pagando donos de terra pelo
serviço ambiental prestado. Ainda assim, Extrema tem apenas 15% de mata nativa
preservada.
Nascentes
ressurgem em Minas
A 1,6 mil metros de altitude, quase
no topo da Serra da Mantiqueira, parte das nascentes que formam o Rio Jaguari
em Camanducaia, no sul de Minas, renasceu com as chuvas dos últimos 30 dias.
A água que voltou a brotar na montanha anima os moradores
das regiões, mas ainda não tem volume nem força para percorrer 100 quilômetros
e encher os reservatórios do Sistema Cantareira em Bragança Paulista e
Joanópolis, em São Paulo.
A água que
voltou a brotar na montanha anima os moradores da região, mas ainda não tem
volume nem força para percorrer 100 quilômetros e encher os reservatórios do
Sistema Cantareira em Bragança Paulista e Joanópolis, em São Paulo.
As represas que representam 82% do manancial recebem 60%
menos água do que antes da crise e agonizam no volume morto.
As represas que representam 82% do manancial
recebem 60% menos água do que antes da crise e agonizam no volume morto.
Principal afluente do Cantareira que abastece hoje cerca de
12 milhões de pessoas na Grande São Paulo e na região de Campinas, o Rio
Jaguari virou um pequeno córrego com menos de 50 centímetros de profundidade
durante a estiagem do ano passado.
Principal
afluente do Cantareira, que abastece hoje cerca de 12 milhões de pessoas na
Grande São Paulo e na região de Campinas, o Rio Jaguari virou um pequeno
córrego com menos de 50 centímetros de profundidade durante a estiagem do ano
passado.
Muitas nascentes que forma o rio nos municípios de Extrema,
Camanducaia e São Bento do Sapucaí, desapareceram no início de 2014, quando o
Estadão teve na região. Aos poucos, esses cursos d’água estão renascendo, o que
já elevou para 1,5 metros o rio Jaguari no início de janeiro/15, o que não
acontecia desde dezembro/13.
Muitas
nascentes que formam o rio nos municípios mineiros de Extrema, Camanducaia e
São Bento do Sapucaí desapareceram no início de 2014, quando o Estado esteve na
região. Aos poucos, esses cursos d’água estão renascendo, o que já elevou para
1,5 metro o Jaguari na semana passada, o que não acontecia desde dezembro de
2013.
Em Extrema, na divisa entre Minas e São Paulo, cachoeiras
que tinham virado pedra voltaram a ter quedas e piscinas naturais. “O rio sobe
bem quando chove aqui no alto da serra, mas logo baixa. A terra está muito seca,
ela chupa toda a água”, relata Clemilson Aparecido Fernandes, de 32 anos, que
trabalha na Fazenda Campo Verde, onde estão algumas nascentes do Jaguari,
limite do município com São Bento do Sapucaí.
Em Extrema, na divisa entre Minas e São Paulo, cachoeiras que
tinham virado pedra voltaram a ter quedas e piscinas naturais. “O rio sobe bem
quando chove aqui no alto da serra, mas logo baixa. A terra está muito seca,
ela chupa toda a água”, relata Clemilson Aparecido Fernandes, de 32 anos, que
trabalha na Fazenda Campo Verde, onde estão algumas nascentes do Jaguari, no
limite do município com São Bento do Sapucaí.
Agricultores, meteorologistas, pescadores e donos de
pousadas na região do sul de Minas estão animados com a volta dos riachos e das
nascentes do Jaguari. Mas todos são unânimes na avaliação de que a chuva deste
ano ainda não seria suficiente para recuperar o rio.
Agricultores, meteorologistas, pescadores e donos de pousada na
região do sul de Minas estão animados com a volta dos riachos e das nascentes
do Jaguari. Mas todos são unânimes na avaliação de que a chuva deste ano ainda
não será suficiente para recuperar o rio.
A destruição da mata ciliar do Rio Jaguari ao longo de seu
trajeto sinuoso por dentro da Serra da Mantiqueira, no sul de Minas, é hoje a
maior vilã da recuperação das represas do Sistema Cantareira.
A destruição da mata ciliar do Rio Jaguari ao
longo de seu trajeto sinuoso por dentro da Serra da Mantiqueira, no sul de
Minas, é hoje a maior vilã da recuperação das represas do Sistema
Cantareira.
Fazendas de eucaliptos e pinus tomaram toda a região no alto
da serra, onde estão as nascentes do manancial.
A 1,6 mil metros de altitude, quase no topo
da Serra da Mantiqueira, parte das nascentes que formam o Rio Jaguari em
Camanducaia, no sul de Minas, renasceu com as chuvas dos últimos 30 dias. A
água que voltou a brotar na montanha anima os moradores da região, mas ainda
não tem volume nem força para percorrer 100 quilômetros e encher os
reservatórios do Sistema Cantareira em Bragança Paulista e Joanópolis, em São
Paulo. Destruição
Fazendas de eucaliptos e pinus tomaram toda a região no alto da
serra, onde estão as nascentes do maE a destruição da mata ciliar do Rio
Jaguari chega até a Serra da Mantiqueira, em Camanducaia. Fazendas de
eucaliptos e pínus tomaram toda a região no alto da serra, onde estão as
nascentes do manancial.
“O pínus não é ruim, não. Ele ajuda
a manter o solo úmido”, diz Joel Caetano, de 26 anos, administrador de uma
fazenda com mais de 120 mil metros quadrados de plantação.
A destruição das matas ciliares é
crime ambiental que pode dar 3 anos de cadeia. O Código Florestal estabelece
como área de preservação permanente a faixa que, a partir da máxima margem de
cada rio, riacho, córrego ou represa, vai de 30 a 100 metros. Nas áreas rurais
de Camanducaia as pastagens e fazendas de gado ocupam a margem do Jaguari. “Os
bois ficam nessa margem só até o final da tarde, porque o capim está bem
verdinho”, diz Ronaldo Baptista, de 39 anos, que cuida de 150 gados em um sítio
em Camanducaia. (OESP)
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