Frente fria rompe bloqueio atmosférico e chuvas voltam,
ainda de forma irregular, ao Sudeste e Centro-Oeste.
Situação deve se normalizar só a partir do início de
fevereiro.
Chuvas no Sudeste em fevereiro ficarão em 60% da média
histórica, no máximo, diz Climatempo.
As chuvas que
devem chegar aos reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste do país para
geração de energia elétrica em fevereiro deverão ficar no máximo em 60% da
média histórica, segundo a empresa de meteorologia Climatempo, em mais uma
notícia ruim para as represas da região que seguem em queda em uma época em que
deveriam encher.
"A nossa
previsão é de no máximo 60% da média para as bacias da região Sudeste/Centro
Oeste e é uma previsão até otimista", disse o meteorologista da
Climatempo, Alexandre Nascimento, à Reuters em 21/01.
A afluência
estimada para fevereiro é melhor que as chuvas em volume equivalente a 39% da
média que ocorreram em fevereiro do ano passado. Porém, o nível das represas do
Sudeste este ano é muito pior, abaixo dos 18% antes do fim de janeiro, quando,
no ano passado, fechou o mês em 34,61%.
As chuvas neste
período úmido, assim como ocorreu no ano passado, estão vindo muito abaixo das
previsões iniciais enquanto as temperaturas batem recordes, elevando o consumo
de eletricidade.
O governo federal
continua descartando racionamento de energia, mas para especialistas do setor
elétrico a necessidade de aplicação de tal medida ao final do período de
chuvas, no fim de abril, torna-se cada vez mais provável.
O ONS espera que
as afluências no Sudeste terminem janeiro a 44% da média histórica, previsão
similar a do Climatempo, que vê as chuvas em janeiro em cerca de 46% da média.
Em janeiro do ano passado, choveu 54% da média no Sudeste.
As chuvas
continuarão abaixo da média histórica em março e abril, últimos meses do
período úmido, segundo Nascimento. Ele estima afluência de 60% da média
histórica para março, podendo chegar a 70% em abril.
Previsões de tempo
são mais confiáveis no curtíssimo prazo já que as condições meteorológicas
podem mudar rapidamente, ressaltam especialistas.
Atualmente, a
segurança do abastecimento de energia da região Sudeste já depende em grande
parte de energia vinda de outras regiões do país por meio do sistema
interligado de transmissão. Em 19/01 a elevação da demanda nessa região em
horário de pico associada à restrição de transferência de energia vinda do
Norte e Nordeste levou a um problema que exigiu corte de carga no Sudeste,
Centro-Oeste e Sul do país.
O governo federal
anunciou em 20/01/15 um reforço de energia a ser destinada a assegurar o
atendimento no Sudeste no total de 1.500 megawatts (MW). Em 21/01 o ministro de
Minas e Energia, Eduardo Braga, descartou necessidade do governo realizar
qualquer tipo de racionamento de energia e tampouco de fazer uma campanha pela
racionalização do consumo pela população, em entrevista à Reuters.
O cenário ruim de
chuvas que afeta as hidrelétricas é ainda pior no caso do Sistema Cantareira,
principal conjunto de reservatórios de água que abastece regiões da Grande São
Paulo. "A chuva que a gente está esperando é chuva em forma de pancadas,
não é chuva intermitente. Esse tipo de chuva ajuda pouquinho, bem pouquinho
mesmo. Vai ter que ter alguma coisa a mais que a chuva para entrar água no
sistema", disse ele.
Temperatura
Segundo a
Climatempo, as temperaturas na região Sudeste tendem a cair nos próximos dias
diante de chuvas esperadas, dando um alívio para a forte demanda por energia no
sistema elétrico nacional.
No entanto, ainda
assim, a expectativa é de que as médias de temperaturas máximas do mês terminem
próximas às registradas em janeiro de 2014. Na cidade de São Paulo, por
exemplo, as projeções mais recentes apontam para temperatura máxima média de
31,5°C em janeiro, ante a média de 32°C registrada em janeiro passado e quando
o normal é em torno de 27°C. (noticiasagricolas)
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