Agência reguladora limita retirada de água do Sistema
Cantareira
Sistema Cantareira pode secar em quatro meses, caso as chuvas continuem
abaixo da média.
O limite de retirada de água
do Sistema Cantareira para janeiro deste ano é 22,9 milhões de m³, de acordo
com comunicado conjunto da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de
Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE). A meta é que 47,6 milhões de m³
sejam preservados no sistema.
O documento foi encaminhado
aos presidentes da Companhia Estadual de Saneamento Básico (Sabesp), Jerson
Kelman, e dos Comitês das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e
Jundiaí (PCJ), Gabriel Ferrato dos Santos.
Conforme a ANA, a Sabesp
utilizou previsões de vazões afluentes – entrada de água das chuvas no sistema
– acima do registrado nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2014. Em
ofício encaminhado ao DAEE, a agência expressa preocupação em relação ao
planejamento do sistema e “reforça a necessidade de apresentação, pela Sabesp,
de um plano de contingência que contemple ações emergenciais”.
A previsão da Sabesp para
entrada de água naqueles meses foi, respectivamente, 15,4 m³/s, 23,7 m³/s e
27,9 m³/s. Entretanto, segundo a ANA as médias verificadas correspondem a 4,0
m³/s, 6,0 m³/s e 12,8 m³/s. A diferença entre planejamento e realidade
corresponde a 117 milhões de m³ a menos do que foi previsto para os três
últimos meses de 2014.
O órgão destaca que, em 30 de
abril deste ano, o Cantareira precisa garantir o equivalente a 10% do volume
útil original do sistema, aproximadamente 97 milhões de m³. “A não observância
no passado desta recomendação poderá tornar inviáveis metas adequadas de
segurança hídrica para o próximo período de seca”, alerta o documento.
Nota técnica divulgada pelo
DAEE revela que a vazão média afluente chegou a 8,11 m³/s, entre 1º a 19 de
janeiro. A previsão é que, no fim do mês, a média alcance 8,5 m³/s. Além disso,
o ofício informa que “será necessária a elaboração de novos planos de
contingência”.
“As perspectivas, no momento,
são de um agravamento da crise, o que deverá implicar em reduções ainda maiores
das retiradas”, completa o documento.
A Sabesp não havia se
manifestado sobre o comunicado até a publicação da matéria. (ecodebate)
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