Nós devemos partir de algumas premissas para discutir a vida
em equilíbrio. Não podemos esquecer que a finalidade última de nossa vida na
terra é alcançar a máxima felicidade.
Podemos conceituar a vida em equilíbrio dentro de uma
concepção técnica como os estágios vivenciais harmônicos inseridos em contextos
de desenvolvimento sustentável, solidariedade, democracia e justiça social.
O melhor conjunto de aproximação para definir
desenvolvimento sustentável que patrocina a vida em equilíbrio, pode ser
resumido num pequeno conjunto de fatores:
Para contribuir com nosso sustento, que junto com o restante
da sociedade caracteriza a sustentabilidade, devemos participar e contribuindo
com a construção de empreendimentos compatibilizados com os meios físico e
biológico;
Agora não é a melhor prática recomendável, a análise do
ciclo de vida do produto, a gestão compartilhada e a logística reversa implica
em adotar conceitos de ecodesign sempre que forem aplicáveis;
Tem que haver necessariamente uso conservativo de recursos
naturais, tanto matérias primas quanto recursos hídricos e energéticos;
Sempre que necessário executar rigoroso tratamento de
efluentes líquidos de qualquer natureza, satisfatórias práticas de gestão de
resíduos sólidos e adequados monitoramentos atmosféricos, todos estes
procedimentos devem ser executados dentro dos melhores conceitos e padrões técnicos,
atingindo elevados níveis de eficiência e eficácia;
Uma postura de gestão ambiental e práticas de
sustentabilidade pró=ativas exige ações de educação ambiental sistêmicas e
projetos comunitários de finalidade ambiental relevantes;
Disposição e comprometimento social com a transparência, a
solidariedade, a democracia e a justiça social.
Progresso não significa apenas estradas, indústrias, usinas,
cidades e máquinas. Tudo isto melhora a qualidade de vida dos seres humanos,
mas isoladamente não pode permitir uma dimensão de equilíbrio e felicidade
coletiva.
Para isto precisamos de harmonia e sustentabilidade dentro
de uma visão holística abrangente.
O progresso de forma descontrolada tem alto custo social e
ambiental sendo responsável por grande parte dos impactos hoje identificados.
O atual modelo de crescimento econômico produziu enormes
desequilíbrios. De um lado nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, e por
outro, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia.
Diante desta constatação, surge a necessidade do
Desenvolvimento Sustentável, buscando conciliar o desenvolvimento econômico com
a preservação ambiental e o fim da pobreza no mundo.
Desenvolvimento sustentável pode ser definido de forma mais
abrangente como a busca de equilíbrio entre tecnologia e ambiente, com
participação de todos os grupos sociais e nações, em busca da qualidade de
vida, equidade e justiça social.
Para atingirmos desenvolvimento sustentável, a proteção do
ambiente tem que ser considerada integrante do processo de desenvolvimento.
Neste momento, deve ser enfatizada a diferença entre
crescimento e desenvolvimento. Crescimento não conduz de forma automática à
igualdade ou à justiça social, pois não considera estes aspectos.
O desenvolvimento considera a geração de riquezas e sua
distribuição, de forma a melhorar a qualidade de vida de toda população, dentro
do contexto de preservação ambiental do planeta.
O conceito amplo representado pelo desenvolvimento
sustentado considera todo um conjunto de concepções e atitudes, destacando-se:
Buscar contemplar a satisfação das necessidades básicas da
população, adotando o princípio da equidade social, integrando a todos e
propiciando educação, saúde, lazer, etc.;
Priorização a preservação e conservação das condições
ambientais para possibilitar boas condições de vida para as gerações futuras;
Estimular a participação para obter resultados relevantes, o
que somente é possível adotando práticas de descentralização do poder e gestão
solidária e democrática;
Auxiliar na construção de um sistema social que estimule a
conservação ambiental, a eficiência econômica e a erradicação da miséria e
inclusão social;
Realçar e contribuir para as práticas educacionais que são
fundamentais dentro deste contexto.
Para atingir os objetivos fundamentais do desenvolvimento
sustentável a ferramenta da educação ambiental é indispensável e estratégica,
pois representa a maneira funcional de participação responsável.
Existem limites ambientais para o desenvolvimento, mesmo que
de forma sustentada. Em 1987, um relatório da ONU (Organização das Nações
Unidas) já alertava que na medida em que os países em desenvolvimento
começassem a atingir padrões de consumo de energia próximos ao dos países
desenvolvidos, dentro da atual matriz energética, este fato se tornaria
insuportável para o ecossistema planetário.
O antigo relatório já sintetizava as preocupações que hoje
estão cada vez mais evidenciadas: “No
passado nos preocupamos com os impactos do crescimento econômico sobre o meio
ambiente. Agora temos que nos preocupar com os impactos do desgaste ecológico -
degradação dos solos, regimes hídricos, atmosfera e florestas - sobre nossas
perspectivas econômicas”.
Mais que a própria intensidade de ocupação do meio físico
pelo imenso crescimento demográfico descontrolado, são a falta de planejamento
no uso e ocupação do espaço e as incorreções e absurdos técnicos na concepção e
implantação das ocupações, quando estas não são totalmente improvisadas e
espontaneístas, que geram a maior potencialização dos problemas ambientais.
(ecodebate)
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