Observatório do Clima alerta para agravamento da situação hídrica do
país
Para Carlos Rittl a negligência dos governos aos alertas feitos pelos
cientistas está colocando em risco a vida da população.
A crise hídrica do estado de São Paulo atinge níveis até então
inimagináveis. O governo do estado já acena com a possibilidade de fornecimento
de água para a população da grande São Paulo apenas dois dias por semana.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais autoridades locais revelam
que reservatórios estão chegando a níveis críticos. No Distrito Federal
ambientalistas já percebem uma queda no volume de água dos reservatórios e até
do Lago Paranoá.
Paralelamente, já que muitos rios e reservatórios são responsáveis pelo
funcionamento de hidrelétricas, a situação hídrica provoca problemas também
nessa área, fazendo com que o governo tenha que acionar as termelétricas que
operam usando carvão vegetal. As termelétricas têm um custo de produção maior,
e são extremamente poluentes, atingindo diretamente a camada de ozônio, além,
claro, de encarecer o valor das tarifas.
Para o secretário-geral do Observatório do Clima, Carlos Rittl, ainda
não se compreendeu perfeitamente a necessidade de implementar políticas de
desenvolvimento sustentável: um desenvolvimento que leva em conta além do
aspecto econômico, o aspecto ambiental e social. Assim, grandes obras causam
destruição ambiental, tem forte impacto social, e atendem, muitas vezes, apenas
interesses econômicos de uma minoria, mantendo um círculo vicioso que cada vez
mais sacrifica a esmagadora maioria da população, que acaba por não se
beneficiar diretamente desses empreendimentos, pagam a conta, e ainda são
submetidas a situações como a que vive hoje a população de São Paulo.
No Amazônia Brasileira, o secretário fala sobre a necessidade da
implementação urgente de novas formas de energia, sobretudo a solar, como uma
política pública, pois esta pode atender a grandes e pequenos consumidores,
podendo ser implementada tanto em grande quanto em pequena escala, sem impactos
ambientais ou sociais.
Como os eventos extremos climáticos estão acontecendo em todo o planeta,
ele ressalta a grande preocupação que devemos ter com a Amazônia e revela que
como cidadão, que mora na cidade de São Paulo, não consegue imaginar como será
a vida caso seja realmente necessário o racionamento de água no nível que está
sendo cogitado, no qual a água chegaria aos lares da população apenas dois dias
por semana. Carlos Rittl convida a sociedade, não só a evitar o desperdício em
seus lares, mas a ter uma atuação política e social mais intensa com relação
aos gastos e a poluição gerada pelas grandes empresas, bem como a vazamentos e
desperdícios que podem levar mais de 30% da água tratada e potável direto para
o ralo, sem que haja uma gota na torneira. (ecodebate)
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