Governo cria ‘gatilho’ do racionamento; medida pode ser
adotada já em março
Se as chuvas não vierem até a primeira semana do mês que
vem, o rodízio oficial deverá ser decretado.
Sabesp vai anunciar qual será o nível mínimo de segurança do
Cantareira; se as chuvas não vierem até a primeira semana de março, o rodízio
oficial deverá ser decretado. Em 07/02/15 o sistema estava em 5,6% da
capacidade.
Depois de semana de fortes chuvas,
Sistema Cantareira registrou ontem alta de 0,2%, a terceira consecutiva.
Em meio à pior crise hídrica dos
últimos 84 anos em São Paulo, o governo decidiu criar um “gatilho” para acionar
o racionamento de água no Estado. A pedido do governador Geraldo Alckmin
(PSDB), o presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp),
Jerson Kelman, definirá até o fim da semana um nível mínimo de segurança do
Sistema Cantareira.
Se na primeira semana de março ele
estiver abaixo do estipulado, será então decretado o rodízio oficial, medida
que Alckmin tenta evitar. Com o mote “transparência e previsibilidade”, a ideia
é divulgar publicamente o índice para que a população acompanhe o
processo.
Depois de uma semana de fortes
chuvas em São Paulo, o Sistema Cantareira registrou ontem 5,6% da capacidade,
incluindo duas cotas do volume morto. Isso significa um crescimento de 0,2%
entre sexta e sábado.
Nos primeiros sete dias de
fevereiro, o volume de chuvas foi maior do que o registrado em todo o mês de
fevereiro passado.
Os seis sistemas que abastecem a
Grande São Paulo receberam chuva entre quinta e sexta-feira, o que contribuiu
para que tivessem altas significativas em seus volumes.
O Cantareira abastece de água 6,2
milhões de pessoas na região metropolitana. Apesar de o sistema ter registrado
três altas consecutivas nos últimos dias, o governo trabalha com o pior
cenário. Mesmo se o nível dos reservatórios subir e as chuvas superarem as
expectativas, o rodízio, que já vem sendo aplicado de forma oficiosa em 40% da
Grande São Paulo, não será totalmente descartado.
Cenário ideal
O cenário considerado ideal pelo
governo paulista é conseguir administrar o fluxo de água sem que ele atinja o
volume mínimo de segurança até outubro, quando recomeçará a estação de
chuvas.
O quadro hídrico vem sendo
monitorado pessoalmente pelo governador e sua equipe diariamente e debatido em
reuniões que acontecem a cada dois dias no Palácio dos Bandeirantes.
Se o “gatilho” não for acionado até
maio, a probabilidade de não haver um rodízio oficial aumentará. Naquele mês, o
governo espera concluir a transferência de água do sistema Rio Grande, que é um
braço da Represa Billings, para a Represa Taiaçupeba, do Sistema Alto Tietê. A
água passará por uma adutora de 11 km, que vai transferir 4 mil litros de água
por segundo de um sistema para outro.
Isso aumentaria a capacidade de
produção do Sistema Alto Tietê e possibilitaria que ele socorresse bairros da
capital que são abastecidos pelo Cantareira. O governo ainda não bateu o
martelo sobre a extensão do rodízio, mas a reportagem apurou que três cenários
estão sendo discutidos.
Possibilidades
Um deles prevê o rodízio só no
Cantareira, que abrange, principalmente, a zona norte e a região central da
capital. O problema nesse caso, segundo um interlocutor de Alckmin, é que isso
exigiria um nível de interligação que o governo não pode garantir.
O segundo cenário prevê rodízio no
Cantareira e no Alto Tietê, que inclui a zona leste, e o terceiro em toda
Grande São Paulo, onde 20 milhões de pessoas são atendidas pela Sabesp.
A abrangência do rodízio é que vai
determinar a quantidade de dias em que a população ficará sem água. A própria
Sabesp cogitou um esquema de 5 por 2 (cinco dias sem água e dois com). Segundo
o Estado apurou, a opção mais provável estudada é 4 por 2. A medida deve ser
decretada até abril, início do período de estiagem, mas pode ser implementada
em março, se a seca neste mês no Cantareira, que é o maior sistema, repetir o
cenário de janeiro. (OESP)
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